Parece que o otimismo dos economistas está dando lugar à cautela — e não é por acaso. Pela primeira vez desde junho, os especialistas baixaram suas apostas para o crescimento do PIB brasileiro este ano. Aquele ânimo inicial? Esfumou-se como fumaça de churrasco em dia de vento.
Segundo o último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, a mediana das projeções caiu de 2,89% para 2,86%. Pode parecer pouco, mas é como aquele primeiro fio de cabelo branco que aparece e já faz a gente suspeitar: será que vem mais por aí?
O que está puxando o freio?
Ninguém acorda e decide ser pessimista de graça. A revisão reflete:
- Indústria patinando — setor que teima em não engrenar
- Consumo mais contido — o brasileiro está com o pé no freio
- Cenário externo nebuloso — porque o mundo não ajuda
"É aquela história", comenta um analista que prefere não se identificar. "Quando vários sinais amarelos acendem ao mesmo tempo, até o mais corajoso reduz a velocidade."
E 2024? Nem tão bom quanto pintavam
Para o ano que vem, a previsão também sofreu ajuste — de 1,50% para 1,48%. Parece que a festa prometida pode ser mais modesta do que o esperado. E olha que nem estamos falando de inflação ainda...
Curiosamente, enquanto os economistas baixam as expectativas, o mercado financeiro segue dançando conforme a música. O dólar fechou em queda e o Ibovespa subiu. Será que eles sabem algo que nós não sabemos? Ou será apenas mais um daqueles dias em que a economia parece um romance de suspense?
Uma coisa é certa: o segundo semestre promete. E não necessariamente no bom sentido. Com o Congresso discutindo novas medidas fiscais e o Banco Central em compasso de espera, até os analistas mais experientes estão com aquela coceira atrás da orelha. Melhor ficar de olho — porque quando o barco começa a balançar, até marinheiro experiente enjoa.
