
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) resolveu apertar o cerco contra empresas que distribuem gás canalizado e GNV no Brasil. A suspeita? Práticas que beiram o abuso — e que, se confirmadas, podem ter deixado o bolso do consumidor mais leve sem necessidade.
Numa jogada que pegou o mercado de surpresa, o órgão antitruste emitiu notificações formais a 11 distribuidoras. O alvo? Investigar se houve conluio para fixar preços — ou, como dizem os economistas, formação de cartel. E olha que não é brincadeira: se comprovado, a multa pode chegar a 20% do faturamento. Um rombo e tanto!
O que está em jogo?
Segundo fontes próximas ao caso, o CADE teria identificado movimentos suspeitos nos reajustes tarifários. Coincidência ou combinação? Os valores pareciam dançar no mesmo ritmo em regiões distintas — algo que, convenhamos, não costuma acontecer por obra do acaso.
"Quando várias empresas ajustam preços de forma idêntica e simultânea, acendem-se todas as luzes vermelhas", explica um especialista em direito econômico que preferiu não se identificar. "É como ver vários relógios marcando a mesma hora errada."
As empresas envolvidas
Embora o CADE mantenha sob sigilo a lista completa, sabe-se que gigantes do setor estão no páreo. As investigações cobrem um período recente — dos últimos 24 meses — e focam especialmente nos reajustes aplicados após variações no preço do gás natural no mercado internacional.
Curiosamente, o timing não poderia ser pior para as distribuidoras. Com a inflação ainda assombrando o orçamento das famílias, qualquer aumento que não se justifique cai como uma bomba no colo do consumidor. E ninguém quer segurar esse tipo de explosão.
E agora?
As empresas notificadas têm prazo para se manifestar — e acredite, os advogados devem estar trabalhando a todo vapor. Enquanto isso, o CADE promete concluir as análises "com rigor técnico e sem precipitação".
Para o consumidor, resta acompanhar. Afinal, se as suspeitas se confirmarem, pode haver até restituição de valores. Mas calma: isso é uma longa estrada, cheia de recursos e apelações. Não espere ver o dinheiro voltando tão cedo.
Uma coisa é certa: o caso promete esquentar os debates sobre concorrência no setor energético. E dessa vez, o gás está literalmente no centro das atenções.