Bradesco e Itaú em rota de colisão: quem acertou na previsão da Selic para 2024?
Bradesco e Itaú em rota de colisão sobre a Selic

O mercado financeiro brasileiro está dividido - e não é pouco. De um lado, o Bradesco, com seu otimismo quase contagioso. Do outro, o Itaú, pé no chão como sempre. A bola da vez? A famigerada taxa Selic, que parece ter virado motivo de briga de torcida organizada entre os economistas dos dois bancos.

Enquanto você lê isso, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve estar coçando a cabeça. O Bradesco jura de pés juntos que vamos fechar 2024 com a Selic a 9% ao ano. Já o Itaú, sempre mais comedido, aposta em 10,25%. Diferença pequena? No mundo dos juros, cada décimo importa - e muito.

O otimismo do Bradesco

"A inflação está sob controle", eles dizem. "O cenário externo favorece", garantem. Os analistas do banco azul estão convencidos de que o Banco Central vai conseguir cortar os juros mais rapidamente do que muitos esperam. E olha que não é pouca coisa: estamos falando de uma queda de quase 3 pontos percentuais em relação ao patamar atual.

Mas será que não estão sonhando alto demais? Alguns especialistas independentes torcem o nariz. "O Bradesco sempre foi mais agressivo nessas projeções", comenta um economista que prefere não se identificar. "Em 2023, erraram feio."

O conservadorismo do Itaú

Já os caras do Itaú, esses não caem em cantoria. Para eles, o caminho será mais lento - e cheio de obstáculos. Ajuste fiscal duvidoso, inflação teimosa nos serviços, risco cambial... a lista de preocupações é longa como fila de banco na sexta-feira.

"O mercado está subestimando os riscos", alertam os analistas do banco laranja. E fazem questão de lembrar: "Em junho do ano passado, fomos os únicos a acertar a previsão para o fim de 2023". Tiro certeiro ou pura sorte?

E no meio disso tudo, o que fazer?

Para o pequeno investidor, essa divergência é um prato cheio de dúvidas. Aplicar em renda fixa agora ou esperar os juros caírem mais? Quem tem dívidas deve correr para quitar ou pode esperar alívio maior?

Uma coisa é certa: enquanto os bancões não entram em consenso, o jeito é ficar de olho nos indicadores econômicos e - quem sabe - torcer para que o Copom dê uma mãozinha. Afinal, no mundo dos juros, até os especialistas às vezes precisam de uma cartinha do destino.