Tarifas de Trump ameaçam usinas de açúcar brasileiras: o que esperar do novo imposto?
Tarifas de Trump ameaçam exportações de açúcar do Brasil

O clima nas usinas de açúcar brasileiras está mais tenso que um cabo de aço esticado ao máximo. E não é por causa da safra – o problema vem de Washington. Donald Trump, em uma daquelas jogadas que só ele sabe fazer, anunciou novas tarifas sobre importações, e o açúcar brasileiro está na mira.

Não é exagero dizer que o setor está com o pé no freio. Afinal, os EUA são um dos maiores compradores do nosso açúcar. Se essa bomba tarifária explodir, as consequências podem ser amargas – literalmente.

O que está em jogo?

Vamos aos números (porque, convenhamos, eles falam mais alto):

  • Brasil exporta cerca de 2 milhões de toneladas de açúcar para os EUA anualmente
  • As tarifas podem chegar a 30% sobre o valor atual
  • Estimativas preliminares apontam para perdas de até R$ 1 bilhão

Não é brincadeira. Os empresários do setor estão mais preocupados que mãe de adolescente em festa. Algumas usinas já começaram a se mexer, buscando alternativas de mercado – porque ficar parado não é opção.

E agora, José?

O setor tem algumas cartas na manga. A primeira é a velha e boa diversificação. "Temos que correr atrás de outros mercados", diz um executivo que preferiu não se identificar. A China e países do Oriente Médio aparecem como opções.

Outra estratégia é aumentar a produção de etanol. Afinal, com a gasolina nas alturas, o biocombustível fica mais atraente. Mas será que compensa?

Especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional são cautelosos. "É uma tempestade perfeita", comenta um analista. "Temos crise energética, inflação global e agora isso. O setor vai precisar de muita criatividade para navegar nessas águas turbulentas."

Enquanto isso, nos corredores do governo brasileiro, o clima é de... bem, vamos dizer "atenção redobrada". O Itamaraty já sinalizou que pode recorrer à OMC se as tarifas forem implementadas. Mas todos sabem que esses processos são lentos como jabuti em dia frio.

O fato é que, com ou sem Trump, o açúcar brasileiro continua entre os melhores do mundo. Resta saber se os americanos vão querer pagar mais caro por ele – ou se vão preferir adoçar a vida com produtos de outros países.

Uma coisa é certa: as próximas semanas serão decisivas. E o setor, que já enfrentou crises piores, parece pronto para mais esse desafio. Como dizem por aí: "Açúcar doce, negócio amargo".