Tarifaço dos EUA: Setores mais afetados pressionam governo por negociação urgente
Tarifaço dos EUA: setores pressionam por negociação

O que era um sussurro nos corredores do comércio exterior virou um grito de alerta. Desde que os Estados Unidos anunciaram aquele "tarifaço" — porque chamar só de aumento seria pouco —, o clima nos setores mais atingidos parece aquela cena de filme onde todo mundo corre sem saber pra onde.

E olha que não é drama à toa. Quem trabalha com alumínio, aço e produtos químicos já sente no bolso — e como! — o baque dessas tarifas que subiram mais que preço de feira em dia de chuva. "A gente tá segurando com unhas e dentes, mas não dá pra aguentar muito tempo", confessa um empresário do ramo, pedindo anonimato.

O jogo das cadeiras musicais

Enquanto isso, em Brasília, a dança das reuniões parece aquela brincadeira de criança onde todo mundo troca de lugar. Ministério da Economia, Itamaraty, associações comerciais — todos com a mesma pergunta na ponta da língua: "E agora?"

  • Exportadores reclamam que perderam competitividade da noite pro dia
  • Importadores de insumos americanos falam em repassar aumentos
  • Até o consumidor final pode sentir o efeito dominó

Numa dessas reuniões — segundo me contaram — um executivo soltou: "Isso aqui tá parecendo aquela história do avião sem combustível. Ou acha um jeito de pousar, ou cai." Duro, mas verdade.

O xadrez diplomático

Os estrategistas do governo, por sua vez, parecem jogar xadrez em três dimensões. De um lado, a pressão por resultados rápidos. De outro, o medo de ceder demais e sair com a fama de "frango" nas negociações.

"Tem hora que parece que estamos numa novela das nove", brinca um assessor do Itamaraty, antes de ficar sério: "Mas o buraco é mais embaixo. Se errarmos o passo agora, pode virar efeito dominó em outros acordos."

Enquanto os técnicos se debruçam sobre números e cláusulas, lá na ponta as fábricas começam a apertar os cintos. Algumas já estudam rotas alternativas — Vietnã, Índia, México — como quem procuga saída de emergência num labirinto.

Uma coisa é certa: o relógio não para. E como dizia meu avô, "em time que tá perdendo, até técnico vira jogador". Resta saber quem vai entrar em campo primeiro.