Selic no maior nível desde 2006: como o ajuste fiscal pode reduzir os juros no Brasil
Selic no maior nível desde 2006: ajuste fiscal é chave

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, o maior patamar desde 2006. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (19), reflete a preocupação com a inflação e a necessidade de manter o controle sobre os preços.

Analistas ouvidos pelo R7 destacam que, para que haja uma redução nos juros, é fundamental que o governo federal promova um ajuste fiscal consistente. "Sem o equilíbrio das contas públicas, fica difícil para o BC baixar a Selic", explica o economista João Ricardo Costa.

Por que a Selic está tão alta?

A taxa básica de juros brasileira vem sendo mantida em nível elevado desde 2021, quando começou o ciclo de alta para conter a inflação. Entre os fatores que pressionam os preços estão:

  • Gastos públicos elevados
  • Cenário internacional instável
  • Expectativas de inflação desancoradas

O papel do ajuste fiscal

Especialistas afirmam que a aprovação de reformas estruturais e o controle do déficit público são essenciais para criar condições de queda da Selic. "Quando o mercado percebe que as contas estão sob controle, as expectativas de inflação caem e o BC pode flexibilizar a política monetária", diz a economista Marina Silva.

O governo tem sinalizado medidas de ajuste, mas os analistas alertam que é preciso ir além:

  1. Aprovar a reforma tributária
  2. Estabelecer um novo regime fiscal
  3. Controlar os gastos com pessoal

Impactos para a economia

Enquanto a Selic permanece alta, os efeitos são sentidos em toda a economia:

  • Crédito mais caro para pessoas e empresas
  • Menos investimentos produtivos
  • Crescimento econômico limitado

"O cenário só vai mudar quando tivermos clareza sobre o rumo da política fiscal", conclui o analista financeiro Carlos Mendes.