
Imagine um gigante adormecido à beira-mar, movimentando riquezas que sustentam o país. Esse é o Porto de Santos, que só no primeiro semestre de 2025 já despachou quase um terço de tudo que o Brasil vende ao exterior — e os americanos são os maiores compradores.
Os números impressionam: de cada três contêineres que zarparam de Santos, um tinha como destino os Estados Unidos. E não é só café e soja — a diversidade de produtos surpreende até os especialistas mais cascudos.
O que os EUA mais compram do Brasil?
- Minérios — lideram com folga, representando 40% do total
- Produtos agrícolas — a soja continua rainha, mas o açúcar vem ganhando espaço
- Manufaturados — surpreendente crescimento de 15% em relação a 2024
"É um casamento comercial que só faz crescer", comenta um veterano operador portuário, enquanto observa um navio carregado partir. "Mas tem dias que a fila de embarcações parece uma via expressa em horário de pico."
Impacto na economia local
Santos respira o porto — isso todo mundo sabe. O que pouca gente percebe é como esse fluxo constante de mercadorias transformou a região num caldeirão multicultural. De executivos de multinacionais a trabalhadores braçais, a cidade pulsa ao ritmo dos guindastes.
E os números não mentem:
- Geração de empregos diretos: aumento de 8% no último ano
- Arrecadação municipal: R$ 2,3 bilhões em impostos
- Investimentos em infraestrutura: R$ 1,7 bilhão previstos para 2026
Não é para menos que os armazéns portuários estão disputados como ingressos de show — o preço do metro quadrado nas áreas próximas ao cais disparou 22% em doze meses.
Desafios no horizonte
Porém, nem tudo são flores. O aumento do volume de cargas trouxe também dores de cabeça:
- Congestionamento de caminhões nas vias de acesso
- Fila de navios esperando atracação (às vezes até 48 horas)
- Pressão sobre os sistemas de fiscalização e segurança
"Tá virando um desafio logístico digno de filme de ação", brinca uma fiscal aduaneira, enquanto verifica um carregamento de celulose. "Mas é sinal que a economia tá aquecida, então a gente encara com bom humor."
Enquanto isso, os EUA seguem como parceiro comercial número um — e tudo indica que essa relação só tende a crescer. Resta saber se a infraestrutura portuária conseguirá acompanhar esse ritmo acelerado sem engasgar.