
Pois é, parece que o ritmo acelerado que a economia vinha apresentando decidiu dar uma respirada. Os números que saíram esta manhã do IBGE não mentem: um crescimento de apenas 0,5% no segundo trimestre, se comparado aos três meses anteriores. Aquele fôlego todo do começo do ano? Deu uma segurada.
E olha, se a gente for colocar na ponta do lápis em relação ao mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 1,7%. Não é nada catastrófico, mas também não é aquela festa. É aquela sensação de ‘poderia ser melhor’, sabe?
Setores que Puxaram o Freio (e o Que Ainda Segura as Pontas)
O que mais chamou a atenção, pra não dizer que assustou, foi a agropecuária. O campo, que costuma ser nosso cartão de visitas, encolheu nada menos que 4,7%. Uma queda brusca, daquelas que fazem a gente pensar na dependência que a gente ainda tem das commodities e do clima, que não anda muito colaborativo.
A indústria, por sua vez, também não ajudou muito. Ficou praticamente estagnada, com uma variação positiva de apenas 0,1%. Parece que a retomada da indústria nacional ainda é um caminho cheio de obstáculos, com a galera ainda relutante em investir pesado.
Agora, quem segurou a bronca mesmo foi o setor de serviços. Cresceu 0,8% e continua sendo o motorzinho principal da economia. É o varejo, os transportes, a turismo… aquele vai e vem do dia a dia que não para.
E o Consumidor, Como Fica Nessa História?
Aqui é que a coisa fica pessoal. Os dados mostram que as famílias reduziram o ritmo dos gastos. O consumo das famílias cresceu, mas foi um crescimento mais modesto, de 0,7%. A sensação é que o juro ainda alto e a inflação que teima em não cair completamente estão pesando no bolso. O crédito mais caro e a incerteza fazem a gente pensar duas vezes antes de comprar aquele eletrodoméstico novo ou planejar uma viagem.
E os investimentos? Também não vieram com força. A chamada Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF) subiu apenas 0,3%. Sinal claro de que as empresas estão com o pé no freio, adiando projetos e esperando um cenário mais estável e promissor para botar dinheiro pra trabalhar.
E Agora, José?
Os economistas já começam a revisar suas projeções para o ano. Aquele otimismo do começo do ano deu lugar a uma dose de realidade. A expectativa geral é de um crescimento mais moderado daqui pra frente.
O Banco Central, com sua missão de controlar a inflação, deve ficar de olho nesses números. Uma economia esfriando pode dar algum espaço para pensar em começar a baixar os juros, mas é um equilíbrio delicadíssimo. Ninguém quer errar a mão e ver a inflação disparar de novo.
No fim das contas, o que a gente sente é aquela velha história: a economia é como um carro engrenado numa estrada cheia de curvas. Às vezes acelera, às vezes precisa reduzir. O importante é não capotar. E torcer para que os próximos trimestres tragam um pouco mais de tranquilidade – e crescimento – para todo mundo.