Comerciantes da 25 de Março clamam por apoio de Lula em meio à crise econômica
Lojistas da 25 de Março clamam por apoio de Lula

Numa das ruas mais pulsantes de São Paulo, onde o burburinho do comércio já foi ensurdecedor, agora ecoam preocupações. Os lojistas da 25 de Março — aquela artéria comercial que já foi chamada de 'a Wall Street do varejo popular' — estão com a corda no pescoço. E não é exagero.

"A gente tá nadando contra a maré desde a pandemia", desabafa um comerciante que prefere não se identificar — medo, sabe como é? O que era pra ser uma recuperação lenta virou um verdadeiro cabo de guerra contra inflação, juros altos e, pasmem, até falta de clientes.

O grito por ajuda

Numa carta enviada ao Palácio do Planalto — dessas que fazem o papel amarelar de tanto esperar resposta —, os comerciantes pintaram um retrato nada bonito:

  • Faturamento caiu quase 40% nos últimos dois anos
  • Alugueis que não param de subir
  • Concorrência desleal de marketplaces internacionais

E o pedido? Um "apoio enfático" — ou melhor, um socorro — do governo federal. "Não queremos esmola, queremos condições de competir", dispara Maria do Carmo, dona de uma loja de tecidos que já viu dias melhores.

O que esperam de Lula

Na lista de desejos — que mais parece carta ao Papai Noel em tempos de vacas magras —, destacam-se:

  1. Linhas de crédito com juros civilizados (sonhar não custa, né?)
  2. Campanhas para reaquecer o turismo de compras
  3. Fiscalização mais dura contra a sonegação — porque concorrer com quem não paga imposto é brincadeira

"O presidente conhece a 25 de Março como a palma da mão", lembra o presidente da associação local, referindo-se às visitas frequentes de Lula na época em que era sindicalista. Será que essa memória afetiva vai se traduzir em ações concretas?

Enquanto isso, nas vitrines, as promoções se multiplicam como cogumelos após a chuva. Mas os clientes? Esses parecem ter virado artigo de luxo. "Antes a gente reclamava da multidão, hoje reza por um movimentozinho", confessa um vendedor, enquanto arruma pilhas de mercadorias que teimam em não sair do lugar.