
Parece que a conta chegou — e veio salgada. A General Motors (GM), uma das gigantes do setor automotivo, acabou de revelar números que deixam qualquer um de cabelo em pé: um rombo bilionário diretamente ligado às tarifas comerciais impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump. E o pior? A empresa avisa que a tempestade ainda não passou.
Números não mentem: só no último trimestre, a montadora americana registrou prejuízos que beiram os US$ 1 bilhão. E olha que isso é só a ponta do iceberg. Os analistas já estão prevendo que, se nada mudar, os estragos podem ser ainda mais catastróficos em 2024.
O que exatamente está acontecendo?
Para entender o buraco em que a GM se meteu, é preciso voltar alguns anos. Durante seu mandato, Trump decidiu aumentar as tarifas de importação de aço e alumínio — matérias-primas essenciais para a indústria automotiva. Na época, muita gente torceu o nariz, mas ninguém imaginava o tamanho do estrago.
"É como se você fosse fazer um bolo e, de repente, o preço do açúcar e da farinha subisse 500%", compara um economista que prefere não se identificar. "A conta não fecha."
Efeito dominó no Brasil
Enquanto isso, do outro lado do Equador, o Brasil também sente o baque. A GM opera várias fábricas por aqui, e os custos extras estão começando a aparecer nos preços dos carros zero quilômetro. Alguns modelos já subiram quase 10% em poucos meses — e a tendência é piorar.
Não é só a GM que sofre. Outras montadoras estão na mesma sinuca de bico:
- Ford já anunciou cortes na produção
- Volkswagen reconsidera investimentos
- Fiat Chrysler adia lançamentos
"A situação é preocupante", admite um executivo do setor que pediu anonimato. "Estamos num jogo de xadrez onde as peças principais são políticas, não econômicas."
E agora?
Enquanto os novos governos dos EUA e Brasil tentam reverter parte das medidas, as montadoras correm contra o tempo. Algumas soluções em discussão:
- Parcerias com fornecedores locais para reduzir dependência de importações
- Reengenharia de produtos para usar menos matérias-primas afetadas
- Pressão política por acordos comerciais mais favoráveis
Mas será que isso basta? Num mercado cada vez mais competitivo — e com a ascensão dos carros elétricos —, as montadoras tradicionais parecem estar numa encruzilhada histórica. Resta saber se conseguirão virar o jogo antes que seja tarde demais.