Exportações para a China Disparam 30%: A Surpreendente Reação Pós-Tarifaço
Exportações para a China disparam 30% pós-tarifaço

Quem diria, hein? Logo quando todo mundo esperava o pior – e olha que tinham razões de sobra para temer – eis que os números simplesmente decidem contrariar a lógica. Logo após a abertura daquelas investigações antidumping pela China, que muita gente tratou como o prenúncio de uma guerra comercial em miniatura, as exportações brasileiras para o gigante asiático não caíram. Elas explodiram. Um crescimento de 30% em março, na comparação com o mesmo período do ano passado, é algo que faz qualquer analista coçar a cabeça, confesso.

Parece aquela história do remédio que vem com um efeito colateral totalmente inesperado, mas positivo. O anúncio chinês, que poderia ter congelado as relações, na verdade parece ter criado uma corrida contra o tempo. Os exportadores, com medo de que as tais tarifas de fato se materializassem no futuro, podem ter se antecipado. Mandaram tudo o que puderam, enquanto a porteira ainda estava aberta. Uma jogada de mestre, ou simplesmente sorte? Acho que um pouco dos dois.

Os Produtos Que Puxaram a Corda

Não foi surpresa para ninguém que a soja e o minério de ferro continuam sendo os reis absolutos do baile. Esses dois pesados – e quando digo pesados, é literalmente – são a espinha dorsal dessa relação comercial. Mas os detalhes é que são interessantes. A soja in natura viu um salto de 33%, um número robusto que reflete a demanda insaciável de lá. Já o minério de ferro, nossa commodity mais emblemática, cresceu uma modesta – mas ainda assim significativa – faixa de 2.5%.

O que me chama a atenção, e talvez seja o verdadeiro segredo por trás dos 30%, é o desempenho de outros players. A carne bovina, sempre presente, deu sua contribuição sólida. Mas foram as exportações de produtos manufaturados que podem ter feito a diferença na margem. Um crescimento aqui, outro ali, e quando você soma tudo… pronto, eis o resultado surpreendente.

E Agora, o Que Esperar?

O futuro é sempre uma incógnita, mas a sensação é de um certo otimismo cauteloso. A investigação antidumping segue seu curso, é claro. Ninguém baixou a guarda. Mas esse crescimento robusto de março mostra uma resiliência na relação que poucos apostariam. Demonstra que, no fim das contas, a dependência mútua fala mais alto.

Eles precisam das nossas matérias-primas para alimentar suas indústrias e sua população. Nós precisamos desse mercado colossal para equilibrar nossas contas. É um casamento de conveniência, mas daqueles que parece que vai durar. A questão que fica é: será que vamos conseguir diversificar mais essa cesta de exportações, ou vamos continuar na mesmice de sempre? Só o tempo – e as próximas estatísticas – dirão.