
Parece que a era de ouro do etanol como alternativa barata pode estar com os dias contados em Ribeirão Preto. Quem passou pelos postos na quinta-feira (5) levou um susto nada agradável: o litro do álcool hidratado subiu de forma considerável, deixando muitos motoristas coçando a cabeça e recalculando a conta do mês.
Não foi um aumento qualquer – foi daqueles que a gente sente no bolso na hora de abastecer o tanque. E olha que Ribeirão Preto não é qualquer cidade; estamos falando do coração do agronegócio paulista, uma região que praticamente respira etanol. A ironia não passa despercebida.
Na prática, o que mudou?
Os valores, que antes flutuavam em patamares mais amigáveis, deram um salto. A pergunta que fica é: vale a pena ainda optar pelo etanol? A regra dos 70% — aquela que diz que o álcool só é vantajoso se custar até 70% do preço da gasolina — está sendo colocada à prova. E, em muitos casos, a conta simplesmente não fecha mais.
“É complicado,” desabafa um motorista enquanto abastecia seu carro flex. “A gente sempre vai no mais barato, mas agora é quase um tiro no escuro. Às vezes a gasolina compensa mais, e isso é algo que eu não via há tempos.” A frustração é palpável. E ele não é o único.
E por trás dos números?
Especialistas do setor apontam para uma combinação de fatores. A sazonalidade da safra de cana-de-açúcar — sim, aquela velha conhecida — sempre impacta a oferta. Mas não é só isso. Custos de produção, logística e até a flutuação do mercado internacional de commodities entram na dança. É um equilíbrio frágil, que se desfaz com facilidade.
E, claro, o consumidor é quem segura a ponta. Com o orçamento doméstico já apertado, um aumento no combustível tem um efeito cascata. Tudo fica mais caro: o pão, o leite, o transporte. A economia local sente o baque.
E agora, José?
A perspectiva para os próximos dias? Incerta. A instabilidade deve continuar, e a recomendação é ficar de olho nos postos — comparar preços virou mais do que um hábito, é uma necessidade. Quem tem flex tem uma pequena vantagem: pode escolher. Mas e quem não tem? Bom, aí a situação aperta de verdade.
Ribeirão Preto, que já foi um oásis de preços baixos de combustível, agora espelha uma tendência nacional de altas e inseguranças. Fica o alerta para os motoristas: na próxima vez que for abastecer, prepare o coração — e o cartão.