
Não é novidade, mas continua preocupante: pelo sétimo mês consecutivo, o Brasil fechou no vermelho nas transações comerciais com os Estados Unidos. Julho não fugiu à regra — e o fantasma das tarifas impostas por Donald Trump ainda assombra os números.
Os dados, divulgados nesta terça, mostram que o rombo chegou a US$ 287 milhões no mês passado. Um aperto e tanto para quem esperava uma virada depois de tantos meses no prejuízo. E olha que a gente até exportou mais do que em junho (US$ 2,3 bi contra US$ 2,1 bi), mas os americanos mandaram pra cá uma enxurrada ainda maior de produtos: US$ 2,6 bi.
O que explica esse buraco?
Dois fatores se destacam:
- O tarifaço de Trump: desde 2019, o Brasil sofre com sobretaxas em setores-chave como aço e alumínio. E não, não foi só birra — a medida afetou mesmo nossa competitividade.
- A recuperação desigual: enquanto os EUA voltam a consumir que nem loucos pós-pandemia, nossa indústria ainda patina para atender a demanda.
"É como tentar competir de salto alto numa corrida de obstáculos", brinca um economista que prefere não se identificar. A analogia pode parecer exagerada, mas faz sentido: enquanto eles aceleram, a gente tropeça em custos logísticos, juros altos e — pasmem — até na falta de contêineres.
E agora, José?
O Ministério da Economia garante que está "trabalhando em frentes alternativas". Traduzindo: tentam diversificar mercados e reduzir dependência dos EUA. Mas convenhamos — não dá pra substituir o maior comprador do mundo da noite pro dia.
Enquanto isso, setores como o agronegócio seguem segurando as pontas. Soja, café e carne bovina ainda salvam o dia, mas especialistas alertam: "Depender de commodities é como construir castelo na areia — uma hora a maré sobe".
Próximos capítulos? Agosto promete — ou ameaça — trazer mais do mesmo. A menos que... Bem, melhor não criar expectativas.