Alto Tietê registra queda de 764 vagas formais em junho: o que está por trás dos números?
Alto Tietê perde 764 empregos formais em junho

Não foi um mês fácil para quem busca oportunidades no Alto Tietê. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) chegaram como um balde de água fria: 764 postos de trabalho formais evaporaram em junho na região.

"Quando a gente vê um rombo desses, é sinal de que algo não está indo bem", comenta o economista Luiz Fernando Rodrigues, que acompanha o mercado há 15 anos. Ele não esconde a preocupação: "São famílias inteiras que sentem o baque no orçamento no final do mês".

Onde o emprego desapareceu?

O setor que mais sangrou? Comércio e serviços, responsáveis por quase 60% das demissões. Mas a indústria local também não escapou ilesa — perdemos 182 vagas só nesse segmento.

  • Comércio: -312 postos
  • Serviços: -148 vagas
  • Indústria: -182 empregos
  • Construção civil: -122 oportunidades

E olha que a situação poderia ser pior. Alguns municípios da região até registraram saldo positivo, mas foi como enxugar gelo perto das perdas totais.

Tempestade perfeita?

"Tem uma conjunção de fatores pesando", explica a consultora de RH Mariana Campos. Ela enumera:

  1. Custo de produção nas alturas
  2. Consumidor assustado guardando o dinheiro
  3. Empresas enxugando custos onde dá

E tem mais: o fantasma da automação também assombra alguns setores. "A gente vê lojas substituindo caixas por máquinas, fábricas investindo em robôs...", lamenta um sindicalista que preferiu não se identificar.

Mas calma, nem tudo está perdido. Algumas áreas resistem bravamente:

Tecnologia e saúde seguem contratando, ainda que em ritmo mais lento. "Quem tem qualificação específica nessas áreas ainda encontra portas abertas", garante Mariana.

E agora?

Os especialistas ouvidos são unânimes: o cenário exige cautela, mas não desespero. "É hora de qualificação e networking", aconselha Rodrigues. Ele destaca que crises passam, e quem se prepara sai na frente na recuperação.

Enquanto isso, o governo estadual promete medidas para estimular a geração de empregos na região. Mas, como diz o ditado, "promessa de político enche o saco, mas não enche a panela". O trabalhador que se cuide.