Parece que o setor de confinamento de gado no interior de São Paulo está levando uma rasteira — e das boas. O tal do "tarifaço" na energia elétrica não só apertou o cinto dos produtores, como também derrubou o faturamento em 10%. Quem diria, né? A conta não fecha, e o pior: as exportações de carne bovina estão sentindo o baque.
Não é exagero dizer que o cenário tá feio. Com os custos lá em cima, muitos pecuaristas estão revendo seus planos. "É como tentar nadar contra a correnteza com uma pedra amarrada no pé", desabafa um produtor da região de Ribeirão Preto, que preferiu não se identificar. E olha que ele não é o único reclamando.
O Efeito Dominó
Primeiro, a energia ficou mais cara. Depois, os custos de produção dispararam. Agora, o preço da carne bovina no mercado internacional começa a tremer. E aí? Quem paga a conta? O Brasil, que sempre foi um gigante nas exportações, pode perder espaço para concorrentes como Argentina e Uruguai.
Detalhe: alguns confinamentos já estão reduzindo o número de cabeças de gado. "Não tem jeito, ou a gente corta gastos ou quebra", diz outro pecuarista, enquanto ajusta o chapéu de couro. A situação é tão crítica que até os frigoríficos estão repensando contratos.
Números que Doem
- Queda de 10% no faturamento dos confinamentos
- Custos de energia subiram até 30% em algumas regiões
- Exportações de carne bovina em risco de desaceleração
E não adianta vir com aquela história de "é só esperar passar". O buraco é mais embaixo. Sem um alívio nas tarifas, o prejuízo pode ser irreversível. "A gente tá segurando as pontas, mas até quando?", questiona um técnico agrícola, enquanto vistoria um lote de animais.
No meio disso tudo, o governo fica em silêncio. Será que ninguém lá em cima percebeu o estrago? Ou será que simplesmente não ligam? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: o agronegócio paulista tá precisando de um socorro — e rápido.
