
O Piauí levou um susto e tanto nos últimos números da piscicultura — e não foi dos bons. O estado viu sua produção de peixes simplesmente despencar, numa queda que dá até frio na espinha: mais de 900 toneladas a menos em apenas um ano. Os dados, fresquinhos do IBGE, mostram que a coisa ficou feia para a aquicultura local.
Em 2023, o estado produziu 3.804 toneladas de peixe. Já em 2024… bem, o número caiu para 2.901 toneladas. Uma redução de nada menos que 23,7%. Quase um quarto de toda produção, simplesmente evaporou. Alguém aí lembra daquela sensação de quando o ar some da bexiga? É mais ou menos por aí.
Mas o que diabos aconteceu?
Pois é, a pergunta que não quer calar. O IBGE aponta alguns vilões para essa trama. Clima bagunçado — porque o tempo simplesmente não ajuda mais —, custos de produção lá nas alturas e, pasmem, até uma certa… instabilidade política. Sim, aquele vai e vem de decisões que afetam diretamente quem tá na labuta diária dos tanques e açudes.
E não para por aí. A redução no número de estabelecimentos dedicados à aquicultura também deu sua contribuição para o tombo. Menos gente produzindo, lógico, menos peixe na mesa. Uma equação triste, mas direta.
E o Brasil nessa história toda?
Enquanto o Piauí nadava contra a corrente — no sentido literal da expressão —, o cenário nacional foi bem diferente. O Brasil, veja só, aumentou sua produção aquícola em 3,2%. Um crescimento modesto, talvez, mas ainda assim um crescimento. O país produziu 960,3 mil toneladas de peixes em 2024.
Isso deixa o Piauí numa posição… bem, complicada. O estado agora responde por apenas 0,3% da produção nacional de peixes. Um número tão pequeno que quase passa despercebido — mas que dói muito na economia local.
E agora, José?
A pergunta que fica é: como reverter esse quadro? Especialistas que acompanham o setor — e a gente conversou com alguns — destacam a urgência de políticas de apoio. Não adianta só ficar olhando o prejuízo. É preciso fomentar a aquicultura, baixar custos, dar segurança para quem quer investir.
O peixe, afinal de contas, é uma fonte riquíssima de proteína e nutrientes. E o Piauí, com seus recursos hídricos, tem potencial de sobra para ser muito mais do que é hoje. Mas potencial, sozinho, não enche tanque de peixe. Muito menos prato.
O recado está dado. Resta saber se alguém vai ouvir.