
Eis que o cenário muda de repente: o Japão, um dos maiores compradores de produtos avícolas do Brasil, decidiu fechar as portas para frango e ovos vindos do Ceará. O motivo? Um surto de gripe aviária que acendeu o sinal vermelho no estado nordestino.
Não foi uma decisão tomada de supetão — o Ministério da Agricultura japonês confirmou a medida após a detecção do vírus H5N1 em uma granja cearense. E olha só como o mundo gira: enquanto o Brasil comemora recordes na exportação de carne, essa notícia chega como um balde de água fria.
O que isso significa na prática?
Pense bem: o Ceará não é exatamente um peso-pesado na produção avícola nacional (responsável por menos de 1% do total), mas a decisão japonesa pode abrir precedentes perigosos. Outros países poderiam seguir o exemplo, criando um efeito dominó nada bem-vindo.
- Impacto imediato: As exportações cearenses de carne de frango, que somaram míseras 12 toneladas em 2023, agora zeram.
- Efeito psicológico: O mercado fica de cabelo em pé, temendo restrições a produtos de outros estados.
- Contenção: O MAPA já agiu, estabelecendo uma zona de vigilância de 10 km ao redor do foco da doença.
Curiosamente, o Brasil segue sendo considerado livre da gripe aviária pela Organização Mundial de Saúde Animal — afinal, o vírus foi detectado apenas em uma granja específica. Mas convenhamos: quando o assunto é comércio exterior, a percepção conta tanto quanto os fatos.
E agora, José?
O MAPA garante que está tudo sob controle, mas a realidade é que o setor avícola brasileiro não pode dar mole. Com um faturamento anual de mais de R$ 100 bilhões e 1,6 milhão de empregos diretos, qualquer sobressalto no mercado externo mexe com o bolso de muita gente.
Enquanto isso, no Ceará, os produtores locais estão de olho no termômetro — e não é o da temperatura das aves. O clima é de cautela, com protocolos sanitários sendo reforçados a toque de caixa. Afinal, ninguém quer ver a situação escalar.
Resta saber: será que outros importadores vão seguir o exemplo japonês? O tempo — e o mercado — dirão. Por enquanto, o jeito é torcer para que as medidas de contenção funcionem e esse susto não vire um pesadelo maior.