Golpes na Venda de Gado: Pecuaristas do RS em Alerta Após Prejuízos que Superam R$ 100 Mil
Golpes na venda de gado preocupam pecuaristas do RS

A tranquilidade do campo gaúcho foi abalada por uma onda de golpes que está deixando produtores rurais em estado de alerta máximo. Sabe aquele negócio que parece certeiro, fechado com aperto de mão e confiança? Pois é, virou armadilha para mais de um.

Um pecuarista de Santo Augusto, no noroeste do estado, conheceu na pele – e no bolso – o prejuízo que essa má-fé pode causar. Perdeu nada menos que R$ 107 mil em uma transação que parecia perfeita, até que o comprador simplesmente evaporou com o gado. Sumiu do mapa. E o caso dele, infelizmente, não é isolado.

O Modus Operandi da Enganação

Os criminosos agem com uma astúcia que impressiona. Chegam se passando por compradores sérios, muitas vezes com documentação aparentemente impecável. Frequentam feiras, fazem contatos, criam uma relação de confiança. Mas é tudo fachada.

O golpe geralmente segue um roteiro: o negócio é fechado, o animal é retirado da propriedade com a promessa de que o pagamento será efetuado em breve – um prazo curto, que parece razoável. Só que o "breve" nunca chega. O telefone para de funcionar, os documentos se revelam falsos e o rastro some. É um baque tremendo para quem trabalha a vida toda com honestidade.

Além do Prejuízo Financeiro: A Quebra da Confiança

O estrago vai muito além da conta bancária. É uma facada na confiança, um valor que sempre foi a base dos negócios no interior. "A gente fica com um pé atrás com qualquer um que aparece", desabafa um produtor que preferiu não se identificar, com medo de represálias. O clima de desconfiança prejudica até mesmo transações legítimas, travando o comércio local.

Como se Proteger Dessa Ameaça?

Especialistas em segurança rural são categóricos: a época de confiar apenas na palavra acabou. É preciso adotar medidas concretas para não cair na lábia dos golpistas.

  • Exija a conferência minuciosa de documentos, tanto pessoais quanto do veículo de transporte. Desconfie de qualquer irregularidade, por menor que seja.
  • Não libere o animal sem que o pagamento esteja integralmente compensado em sua conta. Promessa não põe comida na mesa.
  • Procure referências do comprador em outros produtores ou em sindicatos rurais da região. Um bom nome sempre deixa rastros.
  • Faça um registro detalhado da transação, anotando todos os dados envolvidos. Pode ser crucial para uma eventual investigação policial.

A Polícia Civil já investiga os casos, mas a sensação entre os pecuaristas é a de que estão praticamente sozinhos nessa batalha. A esperança é que a divulgação desses golpes sirva de alerta para que outros produtores não caiam na mesma armadilha. Porque no campo, como em qualquer lugar, o esperto tem que ser honesto – mas também precavido.