Exportadores de Mel em Alerta: Críticas à Morosidade Federal Contra Taxação dos EUA
Exportadores de mel criticam demora do governo federal

E aí, o governo federal resolveu tirar férias justo quando o mel brasileiro mais precisa? A pergunta ecoa entre os exportadores do Piauí, que veem seus negócios escorrerem pelo ralo enquanto esperam – há meses! – por uma medida concreta contra as absurdas tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Não é pouco coisa: 28,59% de sobretaxa sobre o mel verde. Um golpe duríssimo para um setor que já enfrenta desafios naturais suficientes. "A gente se sente abandonado", desabafa um produtor de Pedro II, polo apícola do estado. "Enquanto isso, os americanos seguem comprando de outros países sem essa tributação absurda."

O Silêncio que Grita

Desde março, quando as tarifas foram anunciadas, o setor vem alertando sobre o impacto catastrófico. Reuniões, ofícios, manifestações – tudo feito. E a resposta? Quase nenhuma. Uma demora que chega a ser ofensiva, considerando o volume de empregos e a renda que está em jogo.

O Piauí não é qualquer um no jogo do mel. É um dos maiores produtores nacionais, com qualidade reconhecida internacionalmente. Mas como competir quando te amarram as mãos? A competitividade simplesmente evaporou.

Contagem Regressiva para o Prejuízo

Os números assustam. Sem o apoio federal, as perdas podem ser irreversíveis. Mercados conquistados a duras penas estão sendo perdidos para concorrentes de outros países – que, diga-se de passagem, não sofrem com essas barreiras injustas.

E não é só sobre dinheiro. É sobre comunidades inteiras que dependem da apicultura. É sobre famílias que viram nessa atividade uma chance de crescimento. Tudo agora está ameaçado por uma burocracia que parece não entender a urgência.

O que Esperar?

Será que o governo acordará a tempo? Alguns ainda mantêm um fio de esperança, acreditando que a pressão constante pode surtir efeito. Outros já estão perdendo as esperanças, buscando alternativas – mesmo que menos vantajosas – para não fechar as portas.

Uma coisa é certa: o tempo está se esgotando. E cada dia de demora significa mais prejuízo, mais insegurança, mais desespero para quem construiu sua vida em torno do mel.

Enquanto isso, nos corredores do poder, o assunto parece não ter a mesma urgência. Uma desconexão assustadora entre Brasília e a realidade do campo. O mel piauiense merece mais do que isso. Muito mais.