
O cenário está mais que favorável para a carne suína brasileira — e os números não mentem. Só neste ano, os embarques internacionais do produto registraram um salto impressionante de 129% em relação ao mesmo período de 2024. Um verdadeiro boom que coloca o Brasil em posição de destaque no mercado global.
Segundo dados divulgados nesta sexta-feira (9), o acumulado de janeiro a agosto já supera todas as expectativas. A China, claro, continua sendo o principal destino — absorvendo sozinha quase metade de tudo o que produzimos. Mas outros players asiáticos também estão de olho no nosso produto.
Por que tanta demanda?
Três fatores explicam essa escalada:
- Qualidade reconhecida: nossos frigoríficos investiram pesado em certificações internacionais
- Custo-benefício: mesmo com dólar oscilando, ainda somos competitivos
- Demanda reprimida: a retomada pós-pandemia na Ásia aqueceu o consumo
"Tem dia que mal sobra produto para o mercado interno", brinca um gerente de exportação de Santa Catarina, que preferiu não se identificar. Apesar do tom descontraído, a fala reflete uma realidade: os frigoríficos estão operando no limite da capacidade.
O outro lado da moeda
Mas calma lá — nem tudo são flores. Os especialistas alertam para dois pontos de atenção:
- Os custos com insumos (especialmente milho) seguem pressionando as margens
- Concorrência com outros exportadores, como EUA e União Europeia, tende a aumentar
"É um momento de comemorar, mas com os pés no chão", avalia a economista Marina Lopes, do Centro de Estudos do Agronegócio. "O desafio agora é sustentar esse ritmo sem comprometer a qualidade ou os preços."
Enquanto isso, os produtores rurais — esses sim — estão sorrindo à toa. Com preços em alta e demanda firme, 2025 promete entrar para a história como um ano excepcional para o setor. Resta saber: até quando esse ciclo positivo vai durar?