
E aí, o campo começa a dar seus frutos — literalmente. A colheita do trigo, de repente, já está rolando no Sul do Brasil. Mas calma, que a coisa não está tão animada quanto se esperava. O ritmo? Mais devagar que carroça na ladeira.
No Paraná — olha só — cerca de 5% da área já foi colhida. Cinco por cento! Parece pouco (e é), mas é que o tempo não ajudou muito. Aquele frio danado das últimas semanas atrasou a maturação. E no Rio Grande do Sul, então? Lá a colheita mal engatinha, com menos de 1% das lavouras beneficiadas. A coisa é séria.
E o mercado? Bem… quieto.
Pois é. Podia estar um burburinho, negócio fechado na porteira, mas a verdade é que tá todo mundo meio encolhido. Os produtores, coitados, seguram a produção na esperança de que os preços subam. Quem compra, por outro lado, espera — com uma paciência de jogo — que caiam.
Não é à toa. A saca de 60 kg, dependendo da região, oscila entre R$ 55 e R$ 60. Valor que, convenhamos, não paga o custo de produção de todo mundo. E tem mais: a qualidade do grão colhido até agora é considerada boa, mas o rendimento… bem, varia muito. Tem lavoura que surpreende, outras que decepcionam. Assim mesmo, o jogo do campo.
E os compradores? Sumidos.
Parece que some todo mundo quando o assunto é fechar negócio. Os moinhos — principais compradores — estão com estoques ainda confortáveis. Resultado? Eles não tão com pressa. E os produtores, é claro, seguram a onda na esperança de uma valorização. Quem vence esse cabo de guerra? Só o tempo — e o mercado — vão dizer.
Ah, e não podemos esquecer: a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projetou uma safra nacional de trigo beirando os 9,5 milhões de toneladas. Número robusto, sim, mas que não significa, necessariamente, tranquilidade no bolso do produtor.
No fim das contas, o que se vê é um cenário de expectativa. E de aposta. Porque plantar é uma coisa — vender, outra completamente diferente.