Carne suína conquista espaço nas mesas de Natal brasileiras
As ceias de Natal de 2025 têm um protagonista especial: a carne suína. Tradicional no cardápio natalino, este ano o produto ganhou ainda mais destaque, impulsionado pela alta nos preços dos cortes bovinos e por condições favoráveis na produção.
Fatores que impulsionam o consumo
Segundo dados da Associação Brasileira de Carne Suína (ABCS), o consumo desse tipo de carne cresceu impressionantes 33,4% no Brasil na última década, alcançando a marca de 19,52 quilos per capita no levantamento atual.
O suinocultor Alessandro Longhi, que mantém cerca de 800 porcos em sua granja, confirma a alta rotatividade: "Na média para vender em quilo, é coisa de 12 ou 13 reais, podendo chegar até 14 perto das festas de fim de ano", revela o profissional.
O setor vem sendo beneficiado por uma conjuntura positiva, com queda nos custos de produção puxada principalmente pela baixa nos preços do milho e do farelo de soja. Mesmo com oscilações frequentes, o preço pago ao produtor tem se mantido atrativo.
Mudanças nos hábitos de consumo
Longhi também observa uma transformação no padrão de vendas: "Hoje em dia os cortes do suíno são mais vendidos, antigamente vendia mais a leitoa inteira, e hoje é mais corte". Esta mudança reflete uma adaptação do mercado aos novos hábitos dos consumidores.
O fenômeno do porco Moura
Uma raça específica tem chamado atenção: o porco Moura, típico do Paraná, que recentemente foi declarado patrimônio histórico, cultural e genético no estado de São Paulo. Graças a projetos de pesquisa e preservação, esta variedade é reconhecida pela carne de alta qualidade e sabor diferenciado.
O suinocultor Juliano Barbaresco explica as qualidades exclusivas deste animal: "A carne do Moura é uma carne que tem um alto índice de marmoreio, ela tem um sabor amendoado. O mercado já está aprendendo a comer o porco moura e está pedindo animais de mais qualidade".
Sistema especial de criação
A alimentação tem papel essencial no sabor diferenciado da carne. Os animais são criados no Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre (Siscal), onde ficam soltos e recebem uma dieta especial que inclui soro com leite de búfala, abóbora, grãos e semente de gergelim.
Os animais são abatidos com cerca de 18 quilos, e a procura por esta carne exótica tem sido tão alta que consumidores viajam até a granja de Juliano para levar o famoso porco para casa.
Valorização na temporada natalina
O produtor revela que "em média, a valorização é de 150 a 200% nessa época de natal. Esse ano está bem mais caro que o ano passado". A alta demanda por animais de qualidade já começou com preços elevados, e quem deixar para a última hora pode pagar ainda mais caro ou não encontrar o produto desejado.
A reportagem que originou estas informações foi exibida no programa em 30/11/2025, destacando o crescimento da demanda por leitões impulsionada pelas festas de fim de ano.
