
Pois é, agosto chegou ao fim deixando um gosto amargo—e doce—para os produtores de robusta. A colheita simplesmente explodiu: 43% de aumento na comparação com o mesmo período do ano passado. Quase meio a mais! Mas calma, que a história não é tão simples quanto parece.
Os números são impressionantes, claro. Quem não gostaria de ver a produção nas alturas? Só que—e sempre tem um 'só que'—o mercado interno está dando trabalho. Com tanta saca saindo do campo, os preços… bem, os preços não acompanharam o ritmo. É aquela velha dança entre oferta e demanda, sabe?
Entre a euforia e a preocupação
O campo vibra com os cachos cheios. Os armazéns ficaram abarrotados, os caminhões não paravam de chegar. Mas aí você olha para a planilha, para o custo de produção subindo feito foguete, e o valor pago pela saca… ah, isso deixa qualquer um de cabelo em pé.
Não me entenda mal—a alta na colheita é, de fato, uma notícia e tanto. Mostra que o clima ajudou, que o manejo está melhorando, que investimentos em tecnologia começam a dar retorno. Mas o que adianta colher tanto se o retorno financeiro não vem?
O outro lado da moeda
O mercado interno, meu amigo, está um verdadeiro cabo-de-guerra. De um lado, os produtores precisando cobrir seus custos—que não são baixos. Do outro, os compradores segurando o preço, argumentando que a oferta maior deveria, sim, vir acompanhada de valores mais baixos.
E no meio disso tudo, o café robusta segue seu caminho, sendo consumido aqui e exportado ali. Mas a pergunta que fica é: até quando esse crescimento sem valorização se sustenta?
Alguns especialistas já soltaram o verbo: é preciso cuidado. Produzir mais nem sempre significa ganhar mais. Às vezes, significa apenas… trabalhar mais.
E você, o que acha? Será que o Brasil está sabendo equilibrar quantidade com rentabilidade? A resposta, pelo visto, ainda está sendo escrita—nas lavouras, nas mesas de negociação e no xícara de cada dia.