
O campo está em movimento — e não só por causa das colheitadeiras. Com a nova regulamentação que elevou para 14% a mistura de biodiesel no diesel comum (B14), os produtores rurais precisam ficar de olho aberto. E não é exagero: esse combustível verde, que parece uma maravilha ecológica, pode ser um pesadelo para motores se a manutenção ficar em segundo plano.
Por que o biodiesel exige mais cuidado?
Pense no biodiesel como um suco natural: ótimo pra saúde, mas estraga rápido se não armazenado direito. Ele tem uma tendência a absorver umidade — coisa que o diesel tradicional nem liga. Resultado? Corrosão em bicos injetores e bombas de combustível que deixam qualquer mecânico de cabelo em pé.
E tem mais: segundo o pessoal da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, a coisa piora quando a máquina fica parada. "É como deixar uma faca molhada enferrujando", compara um técnico de Campo Grande que prefere não se identificar.
5 Passos para Evitar Dor de Cabeça
- Troque filtros com frequência — a cada 200 horas de trabalho, no mínimo
- Não estoque combustível por mais de 90 dias (o biodiesel envelhece mal)
- Use aditivos lubrificantes se o motor for antigo
- Drene o tanque antes de longos períodos de inatividade
- Exija nota fiscal — biodiesel de origem duvidosa é pedir problema
Curiosidade: em testes de laboratório, motores que rodaram com B14 sem manutenção extra tiveram 37% mais falhas no primeiro ano. E olha que ninguém quer ver um trator de R$ 800 mil "dar o ar" no meio da safra, né?
O lado bom da história
Nem tudo são espinhos. Quem segue as recomendações à risca ganha um bônus: o biodiesel queima mais limpo, deixando menos resíduos no motor a longo prazo. "É como trocar fast-food por comida saudável", brinca um produtor de soja de Sorriso (MT), que já adaptou toda sua frota.
E aí, pronto para a era do combustível verde? Só não esqueça: tecnologia agrícola e prevenção andam de mãos dadas. Ou melhor, de rodas dadas!