
Quem diria que aquelas terras antes subutilizadas na periferia de Boa Vista se transformariam num verdadeiro celeiro? Pois é exatamente isso que tá acontecendo – e sem alarde, como tudo que é bom costuma ser.
Um grupo de agricultores teimosos – no bom sentido – resolveu apostar naquilo que muitos consideravam "cultivo de pobre": macaxeira e milho. Mas olha só a reviravolta...
Da roça para a mesa (e para o bolso)
O que começou como plantio pra subsistência virou fonte de renda estável. "A gente sempre plantou pra comer, mas quando vimos que dava pra vender também, a coisa mudou de figura", conta seu Raimundo, um dos pioneiros – enquanto mexe num pé de macaxeira com a destreza de quem conhece a terra desde criança.
Os números impressionam:
- Área cultivada triplicou em 2 anos
- Renda média familiar aumentou 40%
- Quase zero desperdício – tudo é aproveitado
E tem mais: a qualidade dos produtos tá fazendo barulho. "Nossa macaxeira é diferente, mais doce, mais firme. Até de Manaus já vieram atrás", diz dona Maria, orgulhosa, enquanto ensaca os produtos pra feira do fim de semana.
O segredo? Tradição com pitada de inovação
Não pense que é só jogar a semente e rezar pra São Pedro. Esses agricultores misturam o conhecimento dos antigos com técnicas modernas – e o resultado tá aí:
- Rotatividade de culturas pra não esgotar o solo
- Adubação natural (sem veneno, como eles mesmos dizem)
- Irrigação controlada nos períodos mais secos
"Antes a gente plantava no 'quando der'. Hoje tem método, tem planejamento", explica o técnico agrícola que assessora o grupo, mostrando um caderninho surrado onde anota tudo – do plantio à colheita.
E o futuro? Brilha como milho no sol do meio-dia. Com a demanda crescendo, já tão pensando em cooperativa pra fortalecer a comercialização. "Sozinho é difícil, mas unido a gente vira uma força", reflete seu Raimundo, enquanto limpa as mãos na calça jeans – marca registrada de quem trabalha na roça.