
Numa virada que muitos não esperavam — mas que era sonho antigo dos produtores rurais —, os Estados Unidos decidiram manter uma lista de exceções para produtos brasileiros. Tereza Cristina, ministra da Agricultura, não escondeu o sorriso ao comentar a novidade. "Isso aqui é um alívio e tanto", disparou, com aquela mistura de alívio e orgulho que só quem vive o campo conhece.
Segundo fontes próximas ao governo, a medida — que parecia improvável há poucas semanas — vai beneficiar principalmente setores como carne bovina, soja e algodão. "Era um nó na garganta do agro", confessou um assessor, enquanto ajustava o chapéu de couro. "Agora dá pra respirar."
O que muda na prática?
Pense num dominó: quando cai a primeira peça, várias outras seguem. Com as isenções mantidas:
- Produtores evitam tarifas que chegariam a 25% em alguns casos
- Cadeias inteiras de suprimentos respiram aliviadas
- O Brasil mantém competitividade frente a outros exportadores
Não é pouca coisa. Só no primeiro trimestre, esses setores movimentaram US$ 3,2 bilhões — dinheiro que agora tem caminho livre para continuar fluindo.
E os detalhes que poucos viram...
Por trás da notícia óbvia, tem um jogo político digno de novela. Washington manteve as exceções, mas — e sempre tem um mas — incluiu cláusulas de revisão semestral. "É como namoro com contrato", brincou um diplomata, entre um gole de café e outro. "Mas melhor assim do que término abrupto."
Tereza, por sua vez, parece ter aprendido com erros passados. Em vez de comemorar com foguetório, optou por cautela: "Agradecemos a confiança, mas sabemos que o trabalho continua". Frase que, entre linhas, revela a complexidade dessas relações comerciais.