
O clima no agronegócio brasileiro está pra lá de tenso — e não é por causa da seca ou das pragas. Dessa vez, o caldo engrossa do outro lado do Atlântico, onde a União Europeia decidiu apimentar as relações comerciais com novas tarifas. E olha que a lista de produtos afetados é daquelas que dão frio na espinha: suco de laranja, café, carne bovina e frutas tropicais.
O X da questão
Parece brincadeira, mas não é. Enquanto o brasileiro toma seu cafezinho matinal sem suspeitar de nada, os exportadores já estão recalculando a rota. A taxa extra de até 10% sobre o suco de laranja — aquele mesmo que a Europa adora — pode fazer o mercado dar uma guinada brusca. "É como se jogassem um balde de água gelada nos nossos planos", confessa um produtor que prefere não se identificar.
E não para por aí:
- Café: o produto que é nosso cartão-postal pode encarecer até 6% lá fora
- Carne bovina: o filé mignon da discussão, com taxas que beiram os 8%
- Frutas: manga, melão e outras delícias tropicais na mira dos europeus
E o consumidor com isso?
Ah, meu amigo... A conta, como sempre, acaba chegando aqui. Se as exportações minguam, os produtores podem tentar compensar no mercado interno — e adivinha só quem paga o pato? Exato: você, eu e o Zé da esquina. Já imaginou pagar mais pelo seu suco preferido só porque os europeus resolveram apertar o cerco?
Mas calma, nem tudo está perdido. Alguns analistas acreditam que o impacto pode ser menor do que se pensa. "O Brasil tem qualidade e escala que poucos conseguem igualar", argumenta a economista Carla Mendonça, enquanto ajusta os óculos. "Pode ser que a gente saia dessa mais forte ainda."
Enquanto isso, nos portos e aeroportos, a movimentação continua intensa. Os caminhões não param de chegar, os navios seguem sendo carregados — a vida, como dizem, segue. Mas com um gostinho mais amargo que café passado duas vezes.