
Parece que estamos sempre quase lá, não é? Essa dança entre Mercosul e União Europeia já dura mais de vinte anos — sim, você não leu errado, duas décadas de idas e vindas. E agora, em 2025, o acordo comercial que promete ser um dos maiores do mundo continua num cabo-de-guerra político. De um lado, a esperança de um mercado gigantesco se abrindo. Do outro, medos e resistências que teimam em não sumir.
O que está em jogo, afinal? Bom, a secredito no que dizem os entusiastas, estamos falando de uma injeção de ânimo brutal na economia. Imagine aumentar as exportações brasileiras em algo em torno de US$ 100 bilhões em dez anos. É dinheiro que não acaba mais. O agronegócio, claro, esfrega as mãos. Carnes, soja, açúcar, etanol — tudo isso encontraria portas abertas como nunca na Europa.
Mas nem tudo são flores… longe disso
A indústria nacional, convenhamos, não está exatamente fazendo festa. O fantasma da desindustrialização assombra qualquer conversa sobre abrir mercados. Como competir com produtos europeus cheios de subsídios e tecnologia de ponta? É um temor legítimo, e muitos industriais não veem esse acordo com bons olhos.
E não é só aqui. Do outro lado do Atlântico, a resistência também é ferrenha. Agricultores europeus temem a concorrência brasileira e pressionam seus governos. Exigências ambientais — aquela velha história do desmatamento zero — viram trunfos numa negociação que já é complexa por natureza.
O xadrez político por trás do acordo
O governo federal, é claro, joga a favor. Afinal, quem não quer colocar na conta a assinatura de um tratado histórico? Mas esbarra numa teia de interesses internos. Alguns estados, com economias mais frágeis ou dependentes da indústria, relutam. É um jogo de poder, no fim das contas.
E tem mais: a opinião pública. Muita gente nem ficou sabendo direito do que se trata, mas quando descobre, se divide. Uns veem progresso, outros veem ameaça. É aquela coisa: globalização mexe com todo mundo, mas não mexe igual.
O fato é que o tempo urge. O mundo não para, e outros acordos são fechados enquanto nós ainda discutimos cláusulas. Perder esse bonde pode custar caro — muito caro — para o futuro económico do país.
Então, fica a pergunta: vale o risco? Abrir mão de algumas proteções para ganhar um mercado colossal? A resposta, como tudo na vida, não é preto no branco. Depende de quem você pergunta, do setor em que atua, da visão de futuro que tem.
Uma coisa é certa: a decisão, seja ela qual for, vai ecoar por gerações. Esperemos que tomem a certa.