Café e carne bovina fora da lista de exceções do tarifão: o que isso significa para o agronegócio?
Café e carne bovina fora da lista de isenções tarifárias

Parece que o café da manhã dos brasileiros — e o churrasco do fim de semana — acabaram de ficar mais caros. Pelo menos é o que sugerem as últimas movimentações do governo em relação às tarifas de importação. Dois dos produtos mais icônicos do agronegócio nacional, o café e a carne bovina, simplesmente desapareceram da lista de exceções do chamado "tarifão".

O que está em jogo?

Enquanto o governo federal anunciou isenções para setores como automóveis e máquinas industriais, o agro — que representa quase um quarto do PIB brasileiro — levou um belo de um pé na bunda. E olha que não foi por falta de aviso: associações do setor vinham fazendo lobby há meses.

"É como se o Brasil estivesse dando um tiro no próprio pé", dispara um produtor de Minas Gerais que prefere não se identificar. "A gente já está com os custos lá em cima, e agora isso?"

Números que doem

  • Café: 3º produto mais exportado pelo agronegócio em 2024
  • Carne bovina: Responsável por 8,7% das exportações totais do país
  • Impacto estimado: Aumento de até 15% nos custos de produção

O Ministério da Economia, por sua vez, alega que a medida busca "proteger a indústria nacional". Mas será que alguém avisou que o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e café? A ironia não passou despercebida nos corredores da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

E agora, José?

Enquanto os técnicos do governo falam em "revisões periódicas" (aquele clássico "depois a gente vê"), os produtores rurais começam a sentir o calo apertar. Algumas cooperativas já estudam repassar parte dos custos aos consumidores — porque no final, quem sempre paga a conta somos nós, os trouxas do supermercado.

"Não é só uma questão de preço", explica uma economista especializada em comércio exterior que pediu para não ser identificada. "Isso pode afetar nossa competitividade internacional justamente quando os mercados asiáticos estão abrindo as portas."

Enquanto isso, nas redes sociais, a hashtag #TarifãoNoCafé já começa a ganhar tração. Será que o governo vai rever sua posição ou vai deixar o setor — literalmente — tomar um amargo?