
Parece que nem tudo está perdido no front comercial entre Brasil e Estados Unidos. Um levantamento recente mostra que 43% do valor total das exportações brasileiras para os EUA escaparam do famigerado "tarifaço" imposto por Donald Trump. Mas calma — não é motivo para festa ainda.
Os números, que beiram os US$ 9 bilhões em mercadorias isentas, revelam uma contradição interessante. Enquanto o agronegócio — aquele que todo mundo acha que seria o mais afetado — conseguiu escapar relativamente ileso, setores como aço e alumínio levaram uma paulada. Ironia ou estratégia? Difícil dizer.
Quem saiu ganhando?
O café da manhã americano deve muito ao Brasil:
- Café: 100% isento (óbvio, eles não iam encarecer o Starbucks)
- Suco de laranja: livre das taxas (imagine o caos no Florida)
- Carnes: cortes específicos escaparam (mas não todos)
Já na indústria, a história é outra. Um executivo do setor metalúrgico, que preferiu não se identificar, resumiu: "É como levar um soco no estômago todo mês quando a fatura chega". Dramático? Talvez. Mas os números confirmam — as exportações de produtos industriais caíram quase 18% no último trimestre.
E agora?
Analistas apontam que essa "seletividade" nas isenções reflete um jogo político complexo. Enquanto produtos essenciais para o consumidor americano médio foram poupados, itens estratégicos para a indústria local receberam proteção extra. Conveniente, não?
O Ministério da Economia brasileiro, por sua vez, tenta ver o copo meio cheio. Em nota oficial, destacaram que "as exceções demonstram o reconhecimento da importância do Brasil como parceiro comercial". Já os exportadores afetados parecem menos convencidos — alguns já estudam rotas alternativas pela Ásia.
Uma coisa é certa: nesse xadrez comercial, cada peça movida tem consequências imprevisíveis. E o Brasil? Bem, segue tentando não virar mero peão no tabuleiro.