
Parece que Ubatuba está prestes a virar a página no caótico cenário do transporte coletivo. Numa decisão que pegou até os mais céticos de surpresa, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) emitiu parecer favorável à licitação que vai definir quem assume os ônibus da cidade pelos próximos anos.
E olha que não foi fácil — o processo estava emperrado há tempos, com discussões intermináveis entre prefeitura e órgãos fiscalizadores. "Finalmente conseguimos alinhar todos os requisitos técnicos e jurídicos", comemorou um técnico do TCE que preferiu não se identificar, enquanto tomava seu café amargo típico de repartição pública.
O que está em jogo?
Não se engane pensando que se trata apenas de trocar uma empresa por outra. Essa licitação — a primeira em mais de uma década — promete:
- Renovação total da frota (sim, aqueles ônibus velhos que vivem quebrando)
- Novas linhas atendendo bairros esquecidos
- Sistema de bilhetagem eletrônica (adeus, cartão magnético!)
Mas calma lá! Antes que você pense que tudo serão flores, é bom lembrar que o diabo mora nos detalhes. O edital estabelece metas duras de pontualidade e manutenção — quem descumprir pode até perder a concessão.
E os passageiros?
"Melhorou? Piorou? Vai ficar mais caro?" — essas eram as perguntas que ecoavam na banca de jornais da Praça Anchieta quando a notícia chegou. O prefeito, em seu estilo característico, garantiu que "desta vez será diferente", prometendo fiscalização rigorosa.
Já os moradores mais antigos torcem o nariz. "Ouvi essa mesma música em 2010 e olha no que deu", comentou Dona Maria, 72 anos, enquanto esperava seu ônibus com 40 minutos de atraso — cena comum nas ladeiras de Ubatuba.
Agora é torcer para que, dessa vez, a teoria vire prática. Afinal, como diz o ditado, "de boas intenções o inferno está cheio" — e Ubatuba merece mais que promessas vazias.