
Imagine receber um salário gordo sem precisar aparecer no trabalho — e ainda por cima, de outro continente. Foi exatamente o que aconteceu com uma servidora da Assembleia Legislativa do Tocantins, que agora está com a corda no pescoço.
A Justiça não só mandou ela devolver R$ 1,4 milhão — dinheiro que embolsou indevidamente — como ainda aplicou uma multa pesada. Tudo porque, pasme, ela estava morando na Europa enquanto constava como presente no serviço público.
O esquema que virou pesadelo
Não foi um dia, nem um mês. A maracutaia durou anos. Enquanto curtia a vida no Velho Continente, a funcionária continuava recebendo seu salário integral, como se estivesse batendo ponto religiosamente em Palmas.
O caso veio à tona depois de denúncias — porque, convenhamos, alguém sempre acaba abrindo a boca. E quando a coisa chegou no Ministério Público, o estrago já estava feito.
As consequências
- Devolução integral dos R$ 1,4 milhão recebidos irregularmente
- Multa de 10% sobre o valor total — ou seja, mais R$ 140 mil
- Processo administrativo na Assembleia Legislativa
E olha que a situação poderia ser ainda pior. Se o MP conseguir provar dolo (e tudo indica que vai), a ex-servidora pode encarar até ação penal por improbidade administrativa.
"É um absurdo que precisa servir de exemplo", comentou um dos promotores envolvidos no caso, que preferiu não se identificar. "Enquanto muitos brasileiros lutam por um salário mínimo, alguns acham que podem brincar com o dinheiro público."
O que diz a defesa?
Até o momento, a advogada da acusada mantém o discurso de que houve um "equívoco burocrático". Mas convenhamos — quatro anos de "equívoco"? Até eu, que não sou especialista, sei que isso não cola.
O caso ainda não acabou. A defesa já anunciou que vai recorrer, então provavelmente veremos novos capítulos dessa novela. Mas uma coisa é certa: a Justiça está de olho, e a conta chegou — com juros e correção monetária.