
A coisa esquentou de verdade no litoral alagoano esta semana. E não foi só por causa do sol de rachar. Na terça-feira, 22 de setembro, uma operação do Ministério Público Estadual (MPE-AL) colocou a administração municipal de Barra de Santo Antônio no centro de uma tempestade perfeita envolvendo crime ambiental e desmandos administrativos.
O estopim? Um servidor público municipal, flagrado com a mão na massa – ou melhor, no lixo. Ele foi surpreendido despejando resíduos sólidos urbanos em uma área absolutamente irregular, um verdadeiro lixão a céu aberto. A cena foi capturada pelos promotores durante a Operação Oceano Limpo, que soa até irônico, considerando a sujeira encontrada.
Pois é. O funcionário, cuja identidade não foi divulgada, foi conduzido para a delegacia sob a acusação de descumprir medida judicial anterior. A Justiça já havia determinado, há tempos, o fim das atividades naquele local. Mas, como se vê, a ordem foi ignorada de forma flagrante.
Prefeitura Leva Uma Multa Para Chuchu
E a conta veio salgada. Muito salgada. A Prefeitura de Barra de Santo Antônio foi atingida por uma multa ambiental de R$ 200 mil. A quantia astronômica – especialmente para os cofres de um município de médio porte – é uma resposta aos danos ambientais comprovados e à repetida desobediência às normas.
Não é de hoje que o problema do lixo assombra a região. A população já vinha reclamando há meses do cheiro forte, da proliferação de animais e do risco à saúde pública. "É um descaso total", comentou um morador que preferiu não se identificar, ecoando o sentimento de muitos.
E Agora, José?
A pergunta que fica é: o que vai ser feito com tanto lixo? A determinação judicial é clara: a prefeitura tem que apresentar, urgentemente, um plano para remover toda a montanha de resíduos e destinar tudo corretamente. Um desafio e tanto, que vai exigir muito mais do que boa vontade.
Esse caso joga um holofote cruel sobre um problema crônico no Brasil: a destinação final do lixo. Enquanto algumas cidades avançam na reciclagem e em aterros sanitários adequados, outras ainda patinam em práticas do século passado. Barra de Santo Antônio, infelizmente, parece estar no time dos que patinam.
O Ministério Público deixou claro que a tolerância é zero. A operação deixa um recado forte para outros municípios: descumprir a lei ambiental pode custar caro, muito caro, tanto para o erário quanto para a liberdade de seus servidores. O mar, a natureza e a população agradecem.