
Parece que os cofres públicos de Sorocaba chegaram num ponto crítico — a prefeitura acabou de tomar uma decisão drástica que vai ecoar por todos os cantos da administração municipal. Até dezembro, nada de compras urgentes. Nada mesmo. Uma portaria seca, direta, travou todos os processos licitatórios e as dispensas de licitação, aquelas que resolvem problemas do dia a dia, imediatos.
Imagina a cena: 23 secretarias, de saúde à educação, de obras à segurança, praticamente de mãos atadas. A ordem, assinada pelo prefeito, é clara: paralisar tudo. Compras de materiais, equipamentos, serviços… Travados. Um congelamento que, na prática, joga a cidade num modo de gestão de crise.
O que isso significa na prática?
Bom, a menos que seja uma emergência de verdade — dessas que envolvem risco de vida, como um desabamento ou uma epidemia —, tudo fica pra depois. A máquina pública simplesmente reduz sua capacidade de resposta. E olha, não é pouco: estamos falando de gastos que podiam chegar a R$ 200 mil por dispensa, um valor considerável pra resolver desde um conserto num hospital até a compra de material escolar.
É aquela história: quando o dinheiro aperta, a criatividade — ou o desespero — fala mais alto. A justificativa oficial é "racionalização e controle de gastos", claro. Mas todo mundo sabe que, nos bastidores, a equipe econômica do município deve estar correndo contra o tempo pra equilibrar as contas.
E os serviços? Vão ficar prejudicados?
Difícil não ficar. Secretarias como Saúde, Infraestrutura e Educação dependem dessas licitações ágeis pra tudo. Um equipamento que quebra, um remédio que falta, um conserto numa escola… Tudo entra na fila de espera. É como se a cidade pisasse no freio de arrumação — e só andasse no caso de acidente.
Algumas áreas até conseguem respirar por aparelhos, como serviços terceirizados essenciais e manutenção de frota. Mas a regra geral é clara: segura tudo até o ano que vem.
Não é a primeira vez que algo assim acontece — aliás, já rolaram medidas parecidas em 2023. Mas a intensidade e o timing agora chamam atenção. Dezembro ainda está longe, e muito pode acontecer até lá… ou deixar de acontecer.
Enquanto isso, Sorocaba segue. Mais lenta, mais contida. Esperando que 2025 chegue com um pouco mais de folga — e menos restrições.