
Numa jogada que deixou muita gente de cabelo em pé, o prefeito de um município de Mato Grosso decidiu dar um belo aumento no próprio bolso — e não foi pouco. A medida, sancionada na última semana, também estendeu a mão generosa para vereadores e servidores públicos, com benefícios que fizeram mais de um torcer o nariz.
"É pra acabar mesmo", comentou uma moradora que preferiu não se identificar, enquanto ajustava o chapéu de sol na feira livre. "A gente tá aqui ralando pra pagar conta, e eles lá se dando aumento como se fosse brincadeira."
Os números que falam
O pacote aprovado inclui:
- Aumento salarial para o prefeito — detalhe: retroativo
- Diárias ampliadas em quase 30% para os vereadores
- Benefícios extras para servidores de carreira
- Reajuste nos auxílios-moradia e transporte
Curiosamente, a votação ocorreu durante o recesso parlamentar, quando boa parte da população estava mais preocupada com as férias escolares do que com os rumos da administração pública. Conveniente, não?
Justificativas que não convencem
Do lado de lá, a defesa foi pronta: "A medida visa equiparar nossos vencimentos aos de municípios de porte similar e valorizar o serviço público", declarou um assessor, sob condição de anonimato. Só que — pasmem — os cofres municipais andam mais vazios que estádio em dia de jogo ruim.
Enquanto isso, na fila do posto de saúde, Dona Maria, aposentada, contava as moedas para o remédio: "Eles deviam passar uma semana no meu lugar pra ver o que é dureza de verdade". A fala resume o clima nas ruas — um misto de indignação e aquela velha sensação de "já vi esse filme antes".
O que mais chocou os observadores políticos foi a velocidade do processo. Em tempo recorde, o projeto virou lei, deixando muitos se perguntando: quando é que o serviço público vai andar na mesma agilidade?