
Numa ação que misturou botas no barro e papelada burocrática, a prefeitura deu um basta em ocupações irregulares que ameaçavam virar um problema sem solução na região da Lagoa de Cima. Não foi uma operação qualquer — reuniu desde fiscais de postura até agentes ambientais, todos com um objetivo claro: proteger esse patrimônio natural que muitos insistem em tratar como terra de ninguém.
Quem passou por lá na quarta-feira (20) viu o circo pegar fogo. Equipes divididas em grupos vasculharam cada cantinho, identificando desde construções clandestinas até desmatamentos que deixariam qualquer ecologista de cabelo em pé. "Tem gente que acha que pode fazer o que quer em área pública", comentou um agente, enquanto media um terreno invadido.
O que a fiscalização encontrou
- Várias construções erguidas sem alvará — algumas quase prontas, outras no início
- Áreas de preservação permanente com sinais claros de degradação
- Descarte irregular de entulho que poderia contaminar a lagoa
- Supressão de vegetação nativa sem autorização
O clima? Tenso, mas necessário. Proprietários receberam notificações e agora têm prazo para regularizar a situação — ou encarar as consequências. Multas pesadas estão na mesa, sem contar a possibilidade de demolições. "A gente não quer ser vilão", explica um fiscal, "mas quando o diálogo não resolve, a lei precisa falar mais alto".
Por que essa região é tão importante?
Lagoa de Cima não é só mais um ponto no mapa. Esse ecossistema ajuda a controlar enchentes, abriga espécies ameaçadas e mantém o equilíbrio ambiental da região. Quando invasões começam, é como um efeito dominó — cada intervenção irregular piora o problema para todo mundo.
Moradores antigos comemoraram a ação. "Já vi essa lagoa mudar muito nos últimos anos", conta Dona Maria, 72 anos, que vive nas redondezas desde criança. "Se não cuidarem agora, daqui a pouco vira um esgoto a céu aberto."
A prefeitura promete continuar de olho. Novas operações devem acontecer sem aviso prévio — afinal, como diz o ditado, fiscalização que avisa não pega infrator desprevenido. Resta saber se a mensagem foi entendida ou se ainda teremos mais capítulos nessa história.