
Finalmente, uma luz no fim do túnel para os moradores de Realengo que vivem o pesadelo das enchentes a cada chuva forte. A Prefeitura do Rio acaba de colocar as mãos na massa — literalmente — com um projeto que promete transformar a relação da região com a água.
Não é exagero dizer que, em alguns pontos do bairro, basta uma garoa mais insistente para as ruas virarem rios. Quem mora aqui sabe: é calça arregaçada, sapato na mão e aquela sensação de "de novo não". Mas parece que o jogo vai virar.
O que está sendo feito?
As máquinas já chegaram e começaram a trabalhar em três frentes principais:
- Canalização de córregos que hoje transbordam com facilidade
- Ampliação da rede de drenagem em pontos críticos
- Instalação de novos bueiros inteligentes (sim, eles existem!)
"É um projeto que vem sendo estudado há anos, mas só agora conseguimos os recursos", explica um engenheiro da prefeitura, enquanto mostra os planos sobre uma mesa cheia de marcas de café — detalhe que só reforça o ar de "obra de verdade".
E os moradores?
Dona Maria, de 72 anos, que já perdeu móveis três vezes para as águas, olha as máquinas com um misto de esperança e ceticismo: "Já vi muitas promessas, mas se isso resolver metade do problema, já vai ser uma bênção".
Enquanto isso, os comerciantes da Rua São Pedro — um dos pontos mais afetados — já começam a fazer planos. "Talvez eu consiga finalmente reformar minha loja sem medo de perder tudo na próxima chuva", sonha o dono de uma mercearia que prefere não se identificar ("não quero zicar").
As obras devem durar cerca de oito meses, segundo a prefeitura — ou "um ano, no máximo", segundo os mais realistas. O importante é que, pela primeira vez em muito tempo, parece haver um caminho para secar esse problema crônico.