O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi categórico ao afirmar, nesta quinta-feira (18 de dezembro de 2025), que a privatização dos Correios não ocorrerá durante o seu mandato. A declaração foi feita durante um encontro com jornalistas para um balanço da gestão presidencial no ano.
Defesa histórica e alternativas à venda
Lula afirmou que sua luta contra a venda da empresa estatal é antiga, remontando a 1985, quando José Sarney era presidente e Antônio Carlos Magalhães (ACM) ocupava o Ministério das Comunicações. “Quando o Sarney era presidente e o ACM era ministro das Comunicações, eu já conversava com o ACM contra a privatização dos Correios”, relembrou o presidente.
No entanto, ele abriu espaço para outros modelos de gestão. “O que pode haver é construção de parcerias com empresas. Podemos transformar em economia mista, mas privatização não vai ter”, esclareceu. A possibilidade de celebrar parcerias público-privadas (PPPs) foi apresentada como uma alternativa para modernizar a empresa sem abrir mão do controle estatal.
Má gestão é apontada como raiz dos problemas
Questionado sobre os prejuízos sucessivos que assolam os Correios, Lula foi direto ao atribuir a causa. “Déficit permanente é sinal de gestão equivocada”, declarou. O presidente minimizou o impacto da chamada "taxa das blusinhas" – referência a isenções tributárias para compras internacionais de baixo valor – no rombo das contas da estatal, reforçando que o cerne do problema está na administração.
Lula defendeu que uma empresa pública deve buscar o equilíbrio financeiro. “Empresa pública não precisa ser rainha do lucro, mas também não pode ser rainha do prejuízo. Ela precisa se equilibrar”, afirmou, deixando claro que não aceitará uma estatal operando no vermelho.
Plano de reestruturação e novas lideranças
O presidente disse esperar que a nova gestão dos Correios apresente em breve um diagnóstico concreto e um plano de ação. Medidas já estão em discussão, incluindo uma reavaliação da rede de agências espalhadas pelo país. “Estamos discutindo um conjunto de medidas para entregar os Correios sanados”, prometeu.
Parte da solução, segundo ele, passará por mudanças na cúpula da empresa. “Vamos mudar os cargos que tiverem de ser mudados e indicar pessoas competentes para gerir os Correios”, garantiu Lula, demonstrando que leva a crise a sério e que há tempo hábil para reverter a situação antes do fim de seu governo.