Imagine caminhar por uma praça revitalizada, com manutenção impecável e serviços de qualidade — mas administrada por uma empresa privada. Em Lages, isso pode virar realidade para mais de 80 espaços públicos. A prefeitura está com o pé no acelerador para fechar esses acordos, e a cidade nunca mais será a mesma.
O que está em jogo?
Nada menos que o coração verde da cidade. Desde pequenos jardins até grandes áreas de lazer, tudo está no radar. "É uma mudança de paradigma", comenta um técnico da prefeitura que preferiu não se identificar. "Mas será que o cidadão vai sentir no dia a dia?"
Detalhes do projeto:
- Contratos de até 35 anos — tempo suficiente para criar vínculos
- Empresas assumiriam limpeza, segurança e até programação cultural
- Prefeitura manteria o poder de fiscalização (pelo menos no papel)
O outro lado da moeda
Enquanto alguns comemoram a possível "eficiência privada", moradores antigos torcem o nariz. "Já vi esse filme antes", diz Dona Marta, 68 anos, enquanto alimenta pombos na Praça João Costa. "No começo é tudo lindo, depois a conta vem salgada."
E os números dão o que pensar:
- 83 áreas mapeadas — algumas precisando urgentemente de cuidados
- R$ 2,3 milhões economizados por ano (segundo estimativas otimistas)
- 15% de aumento na arrecadação indireta (se der certo)
O prefeito, é claro, fala em "modernização inevitável". Mas será que Lages está pronta para abraçar o capital nos seus quintais coletivos? A resposta pode estar nos próximos editais — ou nas ruas, dependendo de como a população reagir.
