
Era pra ser um dos maiores projetos de desenvolvimento do litoral fluminense, mas esbarrou na burocracia ambiental. O INEA (Instituto Estadual do Ambiente) cravou o pé e negou a autorização para as obras do Porto de Maricá, que prometia injetar R$ 1,5 bilhão na economia local.
Detalhe que dói: 13 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos, agora ficam no limbo. "É aquela velha história: desenvolvimento versus preservação", comenta um técnico do órgão que preferiu não se identificar.
O que deu errado?
Pelos documentos (que a gente teve acesso), o projeto esqueceu de detalhes cruciais:
- Impacto em áreas de manguezais - sim, aqueles que protegem a costa e são berçário de vida marinha
- Falta de plano convincente para compensação ambiental
- Riscos não dimensionados para espécies ameaçadas da região
Não adiantou o discurso dos investidores sobre geração de emprego e renda. O INEA não comprou a ideia - e olha que a pressão política era forte, viu?
E agora?
Os responsáveis pelo projeto têm 30 dias para recorrer. Mas entre nós? A chance de reverter essa decisão é quase tão pequena quanto um peixe-boi nadando contra a correnteza.
Enquanto isso, Maricá segue com seu jeito pacato de cidade litorânea. Sem os caminhões de obra, sem o barulho das máquinas. Só o mar batendo nas pedras, como faz há séculos.
PS: Alguém avisa os 13 mil candidatos a emprego que talvez seja bom continuar mandando currículo por aí...