
Imagine acordar e descobrir que não tem uma gota d'água na torneira. Nem para escovar os dentes, muito menos para o banho. Essa tem sido a realidade dura como concreto dos moradores do Costa do Sol, bairro que virou refém de um serviço de abastecimento mais instável que bitcoin.
Segundo relatos, o problema não é novo — mas piorou tanto que até as plantas estão de mal com a vida. "Aqui virou terra arrasada", desabafa Dona Maria, 62 anos, enquanto mostra sua coleção de baldes alinhados como soldados em frente à casa.
O que diz a concessionária?
Pela enésima vez, a Águas do Rio soltou nota dizendo que "trabalha para normalizar o abastecimento". Só esqueceram de avisar quando. Enquanto isso, os caminhões-pipa fazem um vaivém que já virou atração turística no bairro.
- Falta de planejamento (óbvio)
- Redes antigas que vazam mais que peneira
- Aumento populacional sem infraestrutura
E olha que estamos falando de uma região onde o verão chega com tudo — e a sede também. Alguns moradores mais espertinhos já investiram em caixas d'água extras, mas e quem não pode?
Gambiarras criativas
O jeitinho brasileiro nunca decepciona. Tem gente usando:
- Garrafas pet cortadas como funis
- Baldes amarrados em cordas para pegar água da chuva
- Até banho "a seco" com lenço umedecido (sim, isso existe)
"É um retrocesso", dispara o síndico do condomínio Vista do Mar, onde os elevadores ficaram três dias parados — sem água para o sistema hidráulico. Imagina explicar isso para o chefe?
Enquanto a concessionária não resolve o pepino (e a conta chega certinha todo mês), o jeito é apelar para a solidariedade. Vizinhos estão compartilhando torneiras como nos tempos de vovó. Saudades do século passado, não?