Trend 'Qual é a minha bênção?' com ChatGPT viraliza e divide opiniões nas redes — entenda a polêmica
Trend 'Qual é a minha bênção?' com ChatGPT viraliza e divide opiniões

De repente, todo mundo quer saber qual é a sua "bênção". Não, não é um novo horóscopo gospel — é a mais recente febre das redes sociais, que mistura curiosidade, tecnologia e uma pitada de misticismo digital.

O mecanismo é simples (talvez simplista demais, diriam os críticos): você pergunta ao ChatGPT "qual é a minha bênção?" e compartilha o resultado como se fosse uma mensagem divina traduzida por IA. Algumas respostas são genéricas — "sua bênção é a perseverança" —, outras tão específicas que chegam a assustar.

Entre a fé e o algoritmo

"Parece inofensivo, mas tem gente levando a sério como se fosse profecia", comenta a psicóloga Mariana Torres, que já viu casos de pacientes ansiosos por respostas. Do outro lado, os entusiastas defendem: "É só uma brincadeira, tipo tarô de boteco, mas com tecnologia".

O que ninguém discute é o poder viral. Só no TikTok, #minhabencao acumula milhões de views. Alguns exemplos bizarros roubam a cena:

  • Um usuário recebeu: "Sua bênção é encontrar o cachorro perdido na próxima quinta" — e pasmem, aconteceu
  • Outro foi "abençoado" com a promessa de um emprego que nunca chegou
  • E claro, não faltam relatos de respostas completamente sem pé nem cabeça

O lado sombrio da brincadeira

Especialistas em privacidade fazem um alerta: "Quando você pede uma 'bênção personalizada', está alimentando o algoritmo com dados sensíveis", explica o tecnólogo Ricardo Almeida. Aparentemente inocentes, frases como "por que estou tão triste?" ou "o que devo fazer no amor?" viram ouro para treinar IAs.

E tem mais — algumas respostas beiram o absurdo:

"Sua bênção é vencer o câncer no próximo ano", disse o bot a uma paciente em tratamento. O hospital teve que intervir.

Enquanto isso, igrejas tradicionais torcem o nariz. "Substituir a espiritualidade por respostas automatizadas é preocupante", diz um pastor que preferiu não se identificar. Já os criadores de conteúdo adoram — é engajamento garantido.

Vai ficar ou vai passar?

Como toda trend digital, a discussão agora é: isso tem pernas para andar ou vai sumir como o Harlem Shake? Analistas apostam em variações — já surgiram versões como "qual é o meu propósito?" e "qual feitiço combina comigo?".

Enquanto isso, o ChatGPT continua distribuindo "bênçãos" a rodo. Algumas tão genéricas que serviriam para qualquer um — o que, convenhamos, não é muito diferente dos horóscopos de sempre.