
Quem disse que rock'n'roll tem data de validade? Iggy Pop, aos 78 anos—sim, você leu direito—deixou o público de boca aberta no The Town neste domingo. O palco parecia pequeno diante da energia nuclear que o artista despejou por quase duas horas.
Enquanto muitas pessoas da sua idade estariam recostadas numa poltrona, Iggy desafiava a gravidade—e todos os clichês sobre envelhecimento. Sua pele curtida pelo tempo contrastava com a vitalidade de um garoto de 20 anos, num espetáculo visceral que arrepiava até os segurança mais durões.
O Legado que Ecoa nas Novas Gerações
E não era só sobre ele. O line-up do dia parecia uma homenagem viva ao seu legado. Bandas que nem tinham nascido quando 'Lust for Life' foi lançado agora tocavam canções que beberam da fonte iggyana. Irônico, não? Enquanto alguns artistas se tornam relíquias, Iggy segue como farol.
—Ele não é apenas um sobrevivente; é um triunfador—comentou um jovem guitarrista de uma banda em ascensão, quase sem acreditar no que testemunhara.
Performance que Desafia o Tempo
O setlist foi uma jornada através de décadas. Desde os clássicos raw do Stooges até trabalhos solo mais recentes—tudo soava incrivelmente atual. E aquela voz? áspera como concreto, mas carregada de uma autenticidade que poucos conseguem replicar.
Quando lançou-se na plateia—sim, ele ainda faz isso!—houve um misto de pânico e euforia. Os fãs mais velhos sabiam que estavam diante de algo raro; os mais novos, talvez pela primeira vez, entendiam o que é ver uma lenda viva em ação.
Numa era de artistas descartáveis, Iggy Pop é a antítese completa. Sua performance não foi apenas um show; foi uma declaração filosófica. Um meio dedo erguido—com classe—à obsessão contemporânea com juventude eterna.
O The Town prometeu grandes atrações, mas poucas deixarão uma marca tão indelével. Iggy não apenas subiu ao palco; ele tomou conta dele, relembrando a todos porque permanece relevante há mais de cinco décadas.