
Quem disse que sonhos têm data de vencimento? Uma prova viva de que a paixão não envelhece está fazendo sucesso em Itapetininga. Aos 91 anos — sim, você leu direito —, uma cantora que havia deixado a música de lado na juventude acaba de lançar seu primeiro disco. E o melhor: com ajuda do neto, que virou seu maior fã e produtor musical.
A história parece saída de roteiro de filme, mas é pura realidade. Na década de 1950, ela teve que colocar as ambições musicais na gaveta — coisa comum para mulheres da época. Casamento, filhos, responsabilidades... A vida seguiu, mas a chama nunca se apagou de verdade.
O neto que virou 'anjo da guarda' musical
Tudo mudou quando o neto, por acaso, descobriu velhas gravações caseiras. "Vovó, você canta demais! Por que nunca me contou?", perguntou ele, indignado. Foi aí que nasceu o projeto mais emocionante da família.
Os ensaios começaram na sala de estar, entre xícaras de chá e risadas. "No começo, ela ficava tímida, como uma garota no primeiro dia de aula", conta o neto. Mas bastou o primeiro acorde para a magia acontecer.
Do sofá para os estúdios
O álbum, gravado num estúdio improvisado (a pandemia não facilitou), mistura clássicos da MPB com composições originais. "São canções que guardei a vida toda na cabeça", diz a artista, com olhos que brilham como os de uma debutante.
E o público? Ah, o público reagiu como ninguém esperava. Jovens, idosos — todo mundo se identificou com essa história de segundas chances. "Recebo mensagens de pessoas que dizem ter redescoberto seus próprios sonhos", comenta ela, surpresa com o fenômeno.
Quando perguntada sobre o segredo para não desistir, ela responde com simplicidade que corta o coração: "Sonho é como planta — mesmo no inverno, a raiz fica viva". E agora, finalmente, floresceu.