O mundo da música perdeu uma de suas vozes mais marcantes. Cleo Laine, aquela dama britânica que conseguia fazer o jazz parecer uma conversa íntima, nos deixou aos 97 anos. E que vida! Quase um século de notas perfeitas, histórias e parcerias com lendas.
Nascida em 1927, ela começou cantando em clubes noturnos de Londres — quem diria que aquela garota se tornaria uma das artistas mais versáteis do século XX? De Shakespeare a scat, ela dominava tudo com uma elegância que parecia effortless.
Uma carreira que fez história
Lembram daquele dueto com Frank Sinatra em "London by Night"? Magia pura. Ou quando dividiu o palco com Ray Charles, criando uma química que arrepiava até os técnicos de som. Cleo não cantava, ela contava histórias com a voz.
"Ela tinha essa coisa rara", me contou uma vez um produtor que trabalhou com ela nos anos 70. "Podia estar num teatro lotado ou num estúdio vazio — a entrega era sempre 110%."
Prêmios? Tinha prateleira só pra isso
- Primeira cantora a receber indicações ao Grammy em jazz, pop e música clássica
- Dama Comandante da Ordem do Império Britânico (isso aí, título de nobreza)
- Discos de ouro que dariam pra revestir um piano de cauda
E pensar que quase virou secretária! Felizmente, o mundo musical a "resgatou" de uma vida de arquivos e máquinas de escrever.
O legado que fica
Além das gravações históricas, Cleo formou com o marido, o saxofonista John Dankworth, uma das parcerias mais férteis — tanto no palco quanto fora dele. Juntos, criaram um festival de jazz que ainda hoje é referência.
Nos últimos anos, mesmo com a saúde frágil, ela ainda dava umas canjas em eventos beneficentes. "A voz já não era a mesma", admitia um fã saudosista, "mas a alma da música continuava intacta".
O que dizer? O jazz perde sua grande dama, mas ganha uma lenda eterna. Como ela mesma cantava em "You'll Have to Swing It": algumas vozes simplesmente não podem ser silenciadas.
