
Não foi apenas um show. Foi um verdadeiro furacão de energia, protesto e nostalgia que varreu o The Town na noite de domingo. O Green Day, aqueles garotos que revolucionaram o punk nos anos 90, provaram que ainda têm fogo de sobra – e muita coisa para dizer.
Billie Joe Armstrong, Mike Dirnt e Tré Cool subiram ao palco como se o tempo não tivesse passado. A plateia, um mar de pessoas de todas as idades, simplesmente surtou quando os primeiros acordes de "American Idiot" ecoaram pelo recinto. E aí, meu amigo, foi só o começo.
Política no palco: muito mais que música
Armstrong, sempre o protagonista carismático e irreverente, não fez rodeios. Em certo momento, entre uma música e outra, soltou a bomba: "Temos um idiota querendo voltar à Casa Branca". A multidão entendeu na hora – e vaiou em uníssono, num repúdio e tanto.
Não parou por aí. O vocalista, com aquela cara de pau que só ele tem, debochou da situação. "Ele precisa é de um bom psiquiatra", disparou, arrancando risos e aplausos. E finalizou com uma declaração que ecoou por todo o festival: "Não vamos deixar isso acontecer de novo".
Setlist impecável: do clássico ao inesperado
O trio não mediu esforços para agradar. Foi uma verdadeira viagem no tempo, com direito a tudo que a gente ama:
- "Basket Case" – aquele hino da ansiedade que todo mundo cantou junto
- "When I Come Around" – pra ninguém ficar parado
- "Holiday" – com a carga política de sempre
- "Boulevard of Broken Dreams" – momento emocionante, celulares no ar
E claro, não podia faltar. O encore veio com tudo: "Jesus of Suburbia" na íntegra, uma suite de nove minutos que é simplesmente épica. E pra fechar com chave de ouro? "Good Riddance (Time of Your Life)", com Armstrong sozinho no violão, num momento de pura poesia.
Mais que um festival: um evento histórico
O The Town 2025 tá mesmo diferente. Com uma organização impecável – elogio raro pra eventos desse porte – o festival transformou o Interlagos em um ponto de encontro da música mundial. E o Green Day foi a cereja do bolo, a atração que deixou todo mundo sem palavras.
O que esse show provou? Que boa música não envelhece. Que protesto ainda tem poder. E que o Green Day continua relevantíssimo, décadas depois de surgir. Eles não são uma relíquia do passado – são artistas que ainda sabem cutucar a ferida e fazer a galera cantar até ficar rouca.
Quem estava lá levou mais que entretenimento: levou uma injeção de esperança e rebeldia. E no clima político atual, isso vale mais que ingresso VIP.