
O mundo literário está de luto. Ngũgĩ wa Thiong’o, um dos nomes mais importantes da literatura africana contemporânea, faleceu aos 86 anos. Nascido no Quênia em 1938, o autor deixou um legado marcante ao explorar temas como colonialismo, identidade cultural e resistência em suas obras.
Thiong’o ganhou destaque não apenas por sua escrita poderosa, mas também por sua coragem política. Ele foi preso em 1977 após escrever uma peça de teatro crítica ao governo queniano e, posteriormente, exilou-se nos Estados Unidos, onde continuou sua produção literária e acadêmica.
Um legado que transcende fronteiras
Entre suas obras mais conhecidas estão Petals of Blood (1977) e Wizard of the Crow (2006), romances que misturam realismo mágico e crítica social. Seus livros foram traduzidos para mais de 30 idiomas, influenciando gerações de escritores e pensadores.
Reconhecimento internacional
Apesar de ser cotado há anos para o Prêmio Nobel de Literatura, Thiong’o recebeu diversas honrarias ao longo da carreira, incluindo o Prêmio Internacional Catalunha (2019) e a Ordem das Artes e Letras da França (2000). Sua decisão de escrever em sua língua materna, o gikuyu, foi um ato político que inspirou movimentos de valorização de idiomas africanos.
Admirado no Brasil
No Brasil, Thiong’o era especialmente querido nos círculos acadêmicos e entre leitores interessados em literatura africana. Suas obras eram frequentemente discutidas em universidades e eventos culturais, reforçando os laços entre a África e a diáspora.
Com sua morte, desaparece uma voz fundamental para entender o mundo pós-colonial, mas seu trabalho continuará a inspirar aqueles que buscam justiça social através da palavra escrita.