Finalmente, hein? Quem passa pelo cais de Belém nesta sexta-feira (19) sente no ar aquela energia de recomeço — e um cheirinho inconfundível de peixe fresco e esperança. O mercado de peixe do complexo Ver-o-Peso, aquele ponto turístico que é praticamente o coração batendo forte da cidade, reabriu as portas depois de uma reforma que parecia, pra muitos, uma eternidade.
E não foi um simples retoque. A estrutura, que já vinha mostrando sinais de cansaço — quem nunca reclamou daquele piso escorregadio ou da drenagem que deixava a desejar? —, passou por uma verdadeira transformação. A prefeitura, diga-se, investiu pesado. A gente fala em novos telhados, bancadas de aço inoxidável (bem mais fáceis de limpar, graças a Deus), e um sistema de drenagem que promete acabar com aquelas poças d'água que todo mundo tentava evitar.
Mais do que um mercado: um ponto de encontro
Mas olha, reduzir essa reabertura a uma mera questão de infraestrutura seria um erro crasso. O Ver-o-Peso é... bem, é o Ver-o-Peso. É história viva. É onde o turista se perde de amores pelo açaí gelado e o paraense compra o seu peixe para o almoço de domingo. É conversa fiada, é regateio, é o barulho do rio Guamá ao fundo.
A reinauguração, claro, foi aquela festa. Autoridades locais — sempre presentes num evento desses —, mas o verdadeiro protagonismo ficou mesmo com os permissionários, aqueles homens e mulheres de dedos calejados e sorriso fácil que dependem daquele movimento para sustentar a família. A alegria estampada no rosto de cada um deles era, sem dúvida, o termômetro real do sucesso da obra.
O desafio agora? Manter a bola quente
É inegável: a reforma era urgente e veio em boa hora. Mas todo mundo sabe que o trabalho de conservação de um patrimônio vivo assim é contínuo. A estrutura nova está aí, brilhando. Cabe agora à administração pública e, por que não?, à própria comunidade que usa o espaço diariamente, cuidar para que o tempo não apague esse brilho tão rapidamente.
O Ver-o-Peso renasce. E com ele, renasce um pedaço fundamental da identidade de Belém. Que venham os turistas, que venham os clientes, que venham os novos tempos — mas que a alma desse lugar, feita de suor, tradição e cheiro de mar, permaneça intacta para as próximas gerações.
