
Não é todo dia que a gente vê um festival bater recorde de público enquanto mergulha fundo nas raízes ancestrais. Mas o Latinidades — ah, esse sim sabe como fazer!
Neste ano, o maior evento de cultura negra da América Latina resolveu inovar. Em vez daquela mesmice de sempre, trouxe para o centro do palco ninguém menos que Lélia Gonzalez, aquela mulher que, cá entre nós, revolucionou o pensamento brasileiro sem pedir licença.
Por que Lélia Gonzalez?
Pergunta besta, né? Quem nunca ouviu falar dessa intelectual que misturava filosofia com ativismo como ninguém? Pois é, mas tem gente que ainda não sacou o tamanho do legado dela.
Desde os anos 70 — sim, você não leu errado, anos 70 — Lélia já falava sobre coisas que só agora a sociedade começou a engatinhar:
- Racismo estrutural (e como ele tá entranhado até na nossa gramática)
- Feminismo negro (antes mesmo do termo virar modinha)
- Ancestralidade como fonte de poder (não como enfeite de Instagram)
E o festival pegou essa bola pra jogar. Com direito a debates que esquentaram a cabeça e apresentações que mexeram com o coração.
O que rolou no evento?
Bom, pra começar, esqueceram de avisar que ia ser difícil escolher entre as atividades. Tinha desde:
- Roda de conversa com pesquisadores que citam Lélia como se fosse a bíblia
- Oficinas de turbante que viraram aula de autoestima
- Shows que fizeram o chão tremer — literalmente!
E claro, não podia faltar aquela feira de empreendedoras negras vendendo produtos que parecem arte. (Dica: leve dinheiro extra, porque resistir é impossível).
Ah, e pra quem acha que festival é só festa, teve até "aulão" sobre como aplicar as ideias de Lélia Gonzalez nos dias de hoje. Coisa fina, viu?
Por que você deveria ter ido?
Olha, nem vou falar da importância histórica — isso qualquer jornal meia-boca fala. Vou te contar o que realmente marcou:
Ver uma menina de 12 anos citando Lélia de cor durante um debate. Isso sim mostra o impacto do festival. Ou então a cena de uma senhora de 70 anos dançando afoxé como se o tempo tivesse parado.
E o melhor? Tudo isso acontecendo em Brasília, que — convenhamos — precisa urgentemente de mais eventos assim pra equilibrar o clima político pesado.
Pra quem perdeu: ano que vem tem mais. E pelo visto, a tendência é crescer ainda mais. Afinal, como diria a própria homenageada: "Quando a gente muda o interior, o exterior muda junto". E esse festival tá aí pra provar.