
Parece que São Paulo ainda está tentando processar o furacão verde que varreu o Anhembi no último fim de semana. E não, não era temporal — era pura energia de rock'n'roll. Os leitores do G1, gente que entende do riscado, cravaram o veredito: Green Day deu o melhor show do primeiro final de semana do The Town 2025. E que show.
Billie Joe Armstrong, Mike Dirnt e Tré Cool — essa trindade do punk rock que já é parte da nossa história — subiram ao palco com uma missão clara: ninguém ia sair dali inteiro. E conseguiram. Desde os primeiros acordes de 'American Idiot', era visível que aquilo ali seria mais que um concerto; seria uma catarse coletiva.
O setlist? Impecável. Uma viagem no tempo que fez a multidão — de cinquentões que viram a banda nascer a adolescentes de primeira viagem — cantar cada palavra como um mantra. 'Basket Case', 'When I Come Around', '21 Guns'... hits atrás de hits, sem dar tempo para respirar. Armstrong, com aquela energia de garoto de 20 anos (de onde ele tira?), comandou o público com uma intimidade assustadora.
Um palco que virou palco de emoções
Mas o que realmente marcou — e acho que todo mundo que estava lá concorda — foram os momentos de pura conexão humana. Teve hora que Armstrong parou tudo, olhou para aquele mar de gente e soltou um 'São Paulo, você é insano!'. A resposta? Um rugido que provavelmente foi ouvido na Zona Leste.
E claro, não podemos ignorar o momento 'Good Riddance'. Milhares de celulares iluminando a escuridão, vozes embargadas cantando sobre tempos que passam... foi daquelas cenas de cinema que a gente acha que só vê em filme. Arrepiou até o segurança mais casca-grossa.
E a concorrência? Forte, mas não para os reis do punk
O The Town trouxe um line-up pesadíssimo, é verdade. Teve pop, teve rap, teve indie — cada qual com seu brilho. Mas o Green Day fez diferente: não apresentou um show, mas sim um evento. Algo que transpira história, rebeldia e, paradoxalmente, uma nostalgia boa.
Os leitores do G1, em sua sabedoria coletiva, perceberam isso na hora. A votação foi democrática, mas definitiva — a banda californiana levou a taça de melhor performance. E, convenhamos, não foi surpresa para ninguém que viu a quantidade de gente saindo rouca e feliz do recinto.
Resta agora uma pergunta no ar: como é que o festival vai superar isso no próximo fim de semana? Porque o Green Day não apenas colocou a régua lá em cima; eles jogaram ela no espaço. E São Paulo agradece.